Forças israelenses bombardeiam pesadamente a Faixa de Gaza, matando 58 palestinos nas útimas 24 horas, desde a manhã de domingo (22), incluindo pessoas na chamada "zona segura" de al-Mawasi, no sul do território. As informações foram dibvulgadas nesta segunda-feira (23) pelo Ministério da Saúde de Gaza.
O total de mortos desde 7 de outubro de 2023 subiu para 45.317 pessoas, informou o Ministério em um comunicado. A mesma fonte informou que 107.713 pessoas ficaram feridas em Gaza desde o início do genocídio.
O chefe da agência da ONU para refugiados palestinos condenou a "escalada" de Israel em Gaza nas últimas 24 horas, observando que os ataques a escolas e hospitais se tornaram "comuns". O diretor do Hospital Kamal Adwan no norte sitiado de Gaza diz que obedecer a uma ordem israelense de esvaziar a instalação seria "quase impossível", pois quase 400 civis permanecem lá dentro, incluindo bebês que precisam de oxigênio e incubadoras.
No Líbano, os militares israelenses lançaram uma "grande operação de bombardeio" na cidade de Kfar Kila, violando um cessar-fogo acordado no mês passado, de acordo com a mídia local.
Papa
O papa Francisco condenou, neste sábado (21), a "crueldade" de um ataque aéreo israelense na Faixa de Gaza no qual morreram, segundo os serviços de resgate locais, sete crianças de uma família palestina. Israel reagiu acusando o pontífice de usar uma "dupla moral".
"Ontem bombardearam crianças. Não é a guerra, é uma crueldade. E quero dizer porque é algo que me comove", declarou o papa argentino em uma audiência com membros da Cúria, o governo da Santa Sé.
Na sexta-feira, a Defesa Civil de Gaza relatou que 10 integrantes da mesma família, incluindo sete crianças, morreram em um ataque aéreo israelense em Jabaliya, no norte do território palestino.
Francisco, que completou 88 anos esta semana, já fez diversos apelos a favor da paz na Faixa de Gaza. Nas últimas semanas, o pontífice elevou o tom contra a ofensiva israelense, que, segundo as autoridades do território governado pelo Hamas, deixou mais de 45.000 mortos, a maioria civis.
No final de novembro, o líder da Igreja Católica afirmou que "a prepotência do invasor" estava "prevalecendo" sobre o diálogo. Também publicou um livro em novembro no qual pediu uma investigação "com atenção" para saber se a situação em Gaza corresponde à "definição técnica" de genocídio, uma acusação rejeitada com veemência por Israel.
*Com Al Jazeera e AFP
Edição: Rodrigo Durão Coelho