Horas depois de tomar posse oficialmente na Assembleia Nacional para um terceiro mandato (2025-2031), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e sua comitiva chegaram para o ato em um palco montado em frente ao Palácio Miraflores, sede do Executivo venezuelano, onde uma multidão já o esperava há horas. Entre os apoiadores havia cerca de 2 mil delegados internacionais.
Em seu discurso, o presidente relembrou Hugo Chávez em vários momentos: “Nessa mesma rua, 12 anos atrás, com Chávez já debilitado, jurei lealdade ao comandante e ao povo".
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“Hoje superamos o estigma da traição, nós derrotamos a traição. Hoje cumpri como homem do povo e como cidadão a Constituição: às 11h fui juramentado como presidente constitucional da República Bolivariana da Venezuela até 2031", afirmou.
Maduro comentou que 125 delegações de países estrangeiros estão na Venezuela e que houve mobilizações em apoio a sua posse em mais de 300 cidades venezuelanas.
Ele ainda se referiu indiretamente às movimentações da extrema direita que saiu derrtada das eleições de julho do ano passado e, ainda assim, ameaçava intervir na posse do presidente chavista. “Enfrentamos a guerra psicológica incentivada pelos derrotados", disse Maduro.
O presidente ainda fez um juramento simbólico junto com o povo de continuar a construir uma "Venezuela potência" e de construção do socialismo e do poder popular para "combater qualquer conspiração fascista" e defender o direito da Venezuela a paz e ao futuro.
Quem acompanhava Maduro e também falou à multidão foi o controverso presidente da Nicarágua, Daniel Ortega. Ele citou e cumprimentou os enviados especiais da China e da Rússia que acompanharam a posse.
Extrema direita recua
A ultraliberal líder da extrema direita venezuelana, María Corina Machado, publicou um vídeo nesta sexta-feira (10) afirmando que o ex-candidato da Plataforma Unitária, Edmundo González Urrutia, não vai voltar à Venezuela. A fala da ex-deputada vem depois de um mês em que os opositores prometaram estar em Caracas em 10 de janeiro para interferir na cerimônia que empossou Nicolás Maduro como presidente.
Segundo Machado, "não há garantias de segurança" para que Edmundo esteja na capital venezuelana. Na publicação, a ex-deputada afirmou que é fundamental "garantir a integridade de Edmundo para a derrota final do regime".
Ainda segundo ela, a decisão foi tomada depois que o governo "aumentou a repressão" nos atos desta quinta-feira (9). "Decidimos que não era conveniente que Edmundo tentasse entrar na Venezuela nesta sexta. Foi um pedido meu. A democracia está muito perto. Venezuelanos, Maduro não poderá governar à força", disse.
A decisão anunciada por Machado é um recuo após uma tentativa de mobilização popular e internacional em torno do nome de González e da ideia de intervir na cerimônia de posse.
O ex-candidato da extrema direita fez nos últimos dias uma turnê por países governados pela direita para pedir apoio em uma tentativa de derrubar o governo de Maduro. Ele se encontrou com os presidentes da Argentina, Javier Milei, do Uruguai, Luis Lacalle Pou, e dos Estados Unidos, Joe Biden, em um esforço de mostrar força política para tentar um golpe.
Edição: Lucas Estanislau