Uma pesquisa realizada pelo instituto AtlasIntel aponta que a maioria dos brasileiros apoia as propostas do governo de isentar do Imposto de Renda (IR) trabalhadores que ganham até R$ 5 mil por mês e aumentar impostos sobre super-ricos para custear programas de combate à pobreza. A pesquisa foi realizada em dezembro, em parceria com a Bloomberg.
De acordo com a pesquisa, 82% disseram ser favoráveis à mudança do limite de isenção da tabela do IR. A medida foi prometida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), em pronunciamento em rede nacional no final de novembro. Ela, entretanto, ainda não foi enviada pelo governo para análise do Congresso Nacional.
Para 9,5% dos ouvidos na pesquisa, a mudança na isenção é uma medida ruim. Outros 8,5% não souberam responder sobre o assunto.
Ainda segundo o levantamento, 57,6% dos cidadãos é favorável ao aumento de impostos cobrados sobre super-ricos para custear programas sociais. Outros 36,1% são contrários e 6,3% não souberam opinar.
A criação de um imposto extra para quem ganha mais de R$ 600 mil por ano foi prometida pelo governo como uma forma de compensar a perda de arrecadação federal pelo aumento da faixa de isenção do IR.
Para 54,4% dos brasileiros ouvidos na pesquisa, o atual nível de impostos cobrados no país é muito mais alto do que deveria ser. Outros 26,2% acham que ele é mais alto. Só 11,8% acham que a carga tributária é adequada e 3,6% acham que ela é mais baixa do que deveria.
A pesquisa aponta que 69,5% são favoráveis a cortes de gastos públicos para o controle orçamentário; 25,9% são contra; 4,6% não sabem.
Já 69,9% são contra o aumento de impostos para financiar gastos públicos.
Ainda segundo a pesquisa, 50% discordam de que todas as empresas deveriam ser privatizadas; outros 37% concordam, apoiando a privatização irrestrita. O levantamento indica que 53% são contra a privatização das operações para exploração de petróleo sob controle estatal; 39,7% são favoráveis.
O levantamento da AtlasIntel ouviu 2.873 pessoas, pela internet, entre 26 e 31 de dezembro. A margem de erro do levantamento é de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.
Edição: Martina Medina