Mark Zuckerberg, dono da Meta, empresa que gere Facebook, Instagram e Whatsapp, fez uma declaração inesperada nesta semana, alterando os métodos de moderação de conteúdo de suas redes sociais. As plataformas não terão mais checagem de fatos, sob o argumento de que o serviço estava censurando usuários.
O anúncio foi feito por meio de um vídeo, onde Zuckerberg faz acenos à extrema direita e ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. O CEO menciona também um suposto apoio do governo de Joe Biden à censura de usuários em seu país, na Europa e na América Latina.
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Agora, as plataformas terão apenas um alerta de moderação de fatos gerado pelos próprios usuários, mesmo sistema adotado pela plataforma X (antigo Twitter), de propriedade do empresário Elon Musk.
Este é um dos destaques do Tempero da Notícia, programa produzido pelo Brasil de Fato e apresentado pelo jornalista Rodrigo Vianna.
Brasil se posiciona
No vídeo, Zuckerberg também cita "tribunais secretos da América Latina", em nítida menção às decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes contra o X, por conta do não cumprimento da legislação brasileira de usuários e redes sociais.
E o governo brasileiro reagiu. No dia seguinte às celebrações de dois anos do 8 de janeiro, quando golpistas invadiram e depredaram a sede dos Três Poderes, em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou uma reunião com ministros para alinhar a posição do governo em relação às medidas do CEO da Meta.
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Rui Costa, ministro da Casa Civil, afirmou que a AGU (Advocacia Geral da União) emitiu um comunicado para que a representação da Meta no Brasil responda, em 72 horas, a questionamentos sobre a decisão de alterar a moderação de conteúdos.
Sopa de Letras
Na Sopa de Letras desta semana, a dica é o livro Fogo Morto, de José Lins do Rego. O romance clássico do autor paraibano retrata a decadência da cultura dos engenhos de açúcar no Nordeste na primeira metade do século XX.
O autor navega pelo tema a partir da rica reconstrução psicológica de três personagens principais: um senhor de engenho frustrado e decadente, um pobre seleiro que trabalha com couro e vive à beira de uma estrada por onde passa todo o movimento da região, e um personagem riquíssimo, o capitão Vitorino, que enfrenta poderosos e cangaceiros, e se mantém íntegro em meio aos conflitos.
Cafezinho
O Cafezinho desta semana vai para a emocionante vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro. Torres recebeu o prêmio de melhor atriz por sua atuação no filme Ainda Estou Aqui, do diretor Walter Salles.
O Brasil inteiro se emocionou, assim como a mãe da atriz, Fernanda Montenegro, que concorreu na premiação há 25 anos, por seu papel em Central do Brasil, outro filme idealizado por Salles.
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Para além da premiação individual, o filme Ainda Estou Aqui tem ocupado papel central no debate sobre a necessidade de se punir torturadores e defensores de ditadura no Brasil. A vitória de Fernanda Torres foi a vitória da cultura brasileira, da luta para lembrar esse período terrível da história do país.
Onde assistir
O Tempero da Notícia vai ao ar todas as sextas-feiras, às 20h, no canal do Brasil de Fato no YouTube e na TVT, canal 44.1 – sinal digital HD aberto na Grande São Paulo e canal 512 NET HD-ABC.
Moradores do estado de São Paulo podem acompanhar o programa pela Rádio Brasil Atual (98,9 FM na Capital Paulista e 93,3 FM na Baixada Santista), nos mesmos horários.
Edição: José Eduardo Bernardes