Central do Brasil

Mudanças climáticas explicam pior incêndio da história de Los Angeles, diz professor da USP

Os incêndios florestais são comuns na região, mas não nesta época do ano

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Até agora, 24 pessoas morreram e cerca de 100 mil precisaram deixar as suas casas
Até agora, 24 pessoas morreram e cerca de 100 mil precisaram deixar as suas casas - Josh Edelson/AFP

O incêndio florestal que atinge Los Angeles, na Califórnia, nos Estados Unidos, já é o pior de sua história. Até agora, 24 pessoas morreram e cerca de 100 mil precisaram deixar as suas casas, de acordo com o Departamento de Medicina Legal do Condado de Los Angeles. 

Os incêndios florestais são comuns na região, mas não nesta época do ano. Ainda não se sabe como o incêndio começou, mas a combinação de seca extrema, ventos intensos e constantes e a presença de residências em áreas inapropriadas contribuiu para que se alastrasse tragicamente.  

Ao programa Central do Brasil, Paulo Artaxo, professor de Física Atmosférica e coordenador do Centro de Estudos Amazônia Sustentável na Universidade de São Paulo (USP), atribui o evento às mudanças climáticas e destaca que “a Califórnia é o estado mais rico do país e tem um sistema de incêndios, tem legislações protegendo a população muito mais rigorosas do que qualquer outro estado dos Estados Unidos”.  

Ainda assim, “as mudanças climáticas mudaram o padrão de incêndios de grande porte, o que está, em parte, causando esse desastre que estamos vendo na Califórnia”, diz. 

Ele também afirma que uma das faces mais visíveis das mudanças climáticas "é o aumento da frequência e da intensidade de eventos extremos, como grandes incêndios, grandes secas e grandes inundações. Esses eventos sempre ocorreram no passado e vão continuar ocorrendo no futuro. Só que as mudanças climáticas estão aumentando a frequência e a intensidade desses eventos".

“Tanto é que nessa região da Califórnia, que sempre teve incêndio de grande porte, esse é o primeiro incêndio que atingiu o Los Angeles nesta magnitude, da mesma maneira que enchentes no Rio Grande do Sul aconteceram no passado”, comparou. 

Confira a entrevista na íntegra 

 

Edição: Nathallia Fonseca