A menos de uma semana para o fim do mandato como presidente dos EUA, Joe Biden decidiu "retirar Cuba" da lista de países patrocinadores do terrorismo. A declaração foi dada por um alto funcionário estadunidense nesta terça-feira (14), faltando seis dias para a posse de Donald Trump.
"Foi concluída uma avaliação, e não temos informações que apoiem a designação de Cuba como patrocinador estatal do terrorismo", afirmou o funcionário, que pediu o anonimato. É "um gesto de boa vontade com o objetivo de facilitar a libertação das pessoas detidas injustamente", acrescentou.
Cuba foi incluída pela primeira vez na lista de patrocinadores do terrorismo em 1982, durante o governo de Ronald Reagan. Em 2015, durante a gestão de Barack Obama, o país caribenho foi retirado da lista, como parte da aproximação bilateral entre os países. No entanto, no final da primeira gestão de Donald Trump, em 2021, foi novamente incluído.
Além da retirada de Cuba da lista do Departamento de Estado dos EUA, a Casa Branca ressaltou que o país mantém como objetivo central de sua política a necessidade de alcançar uma liberdade e democracia maiores, assim como um maior respeito pelos direitos humanos e pela liberdade de empreendimento em Cuba.
"Para alcançar esses objetivos, será necessário um compromisso prático com Cuba e o povo cubano, levando em conta os recentes acontecimentos em Cuba e as mudanças nos contextos regional e global", acrescentou o país em nota.
Por consequência, a Casa Branca anunciou a revogação do Memorando Presidencial de Segurança Nacional (NSPM-5), e a rescisão da lista. Além disso, o Secretário do Tesouro dos Estados Unidos também "deverá iniciar um processo para ajustar os regulamentos atuais [da lista] como resultado dessa revogação da NSPM-5".
Presos serão liberados antes da posse de Trump
"Achamos que o número de pessoas libertadas será significativo", afirmou o alto funcionário. Ele não quis entrar em detalhe, mas disse que a libertação "aconteceria em um prazo relativamente curto". Alguns presos serão liberados "antes de a administração Biden terminar em 20 de janeiro", explicou.
A decisão tomada pelo presidente democrata pode ser revertida na nova gestão Trump. Quando perguntado se os democratas fizeram gestões com o novo governo republicano, o alto funcionário afirmou que há "comunicação regular sobre uma variedade de temas, e este é um dos assuntos" tratados.
*Com AFP e Telesur
Edição: Leandro Melito