Milhares de palestinos pegaram as estradas neste domingo (19) para retornar ao seu território na Faixa de Gaza, onde um cessar-fogo entre Israel e Hamas entrou em vigor, após mais de 15 meses de massacre.
A trégua começou quase três horas após o horário combinado, às 09h15 GMT (06h15 no horário de Brasília), por atraso na entrega da lista de reféns do Hamas. O grupo palestino, por sua vez, afirmou que o horário não foi cumprido devido "complicações no terreno e a continuação dos bombardeios israelenses".
Mesmo antes que cessar-fogo entrasse em vigor, palestinos já se deslocavam com pertences em caminhonetes, carroças puxadas por burros e a pé no norte e no sul da Faixa, de acordo com a agência de notícias AFP.
A primeira fase do acordo de cessar-fogo prevê a libertação de 33 reféns em troca de mil palestinos detidos por Israel. Eles seriam libertados "em grupos, começando com crianças e mulheres", segundo fontes próximas ao Hamas.
A segunda fase, que começaria no 16º dia após o início da trégua, envolveria a libertação dos últimos reféns, "soldados do sexo masculino, homens em idade militar e os corpos dos reféns assassinados", de acordo com o jornal Times of Israel.
Ameaça de ataques persiste
Apesar do clima de reconstrução, no sábado (18), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou em declaração pública que “se precisar retomar a guerra, vamos fazer isso, e com mais força do que nunca”.
Ele também disse que tanto o presidente atual dos EUA, Joe Biden, quanto o presidente eleito, Donald Trump, "demonstraram apoio total à nossa guerra e, se Israel achar que a segunda fase do acordo não puder ser implementada, eles disseram que entenderiam isso". Trump também teria, segundo o primeiro-ministro israelense, garantido que Israel terá todas as armas de que precisa.
Durante a fala, Netanyahu usou as expressões "guerra santa" e "Juízo Final".
*Com AFP
Edição: Nathallia Fonseca