Dar oportunidade e visibilidade ao trabalho realizado por pessoas em situação ou com trajetória de rua, em Belo Horizonte, é o objetivo da loja Canto da Rua, localizada no Mercado Novo, no centro da capital mineira.
Inaugurado no último mês de dezembro, o estabelecimento conta com a exposição e venda de produtos feitos por essa população e também por grupos de economia solidária. Entre os itens, a população encontra roupas, bijuterias, bolsas, artesanatos, bonecos de pano e até produtos de limpeza e higiene pessoal.
A Pastoral do Povo da Rua, responsável pela inauguração da loja, reforça que a loja tem o objetivo de ser autossustentável. Nessa lógica, os recursos advindos das vendas são integralmente repassados aos empreendedores. É o que também reforça José Ribeiro Gomes, coordenador do projeto.
“Quando pensamos o ponto fixo de comercialização foi no sentido de contribuir com o município nessa questão que se tornou um fenômeno nacional que é a população em situação de rua, então a loja surge para oferecer oportunidades a estas pessoas que produzem algum tipo de artesanato, de costura criativa, de grupos de trabalho”, afirma.
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Economia solidária
É nesse contexto que a iniciativa busca abraçar o conceito de economia popular solidária, que busca valorizar ações de colaboração, solidariedade e coletividade, especialmente do ponto de vista da justiça social.
Karen Munhoz, economista e gerente financeira do projeto, explica a ideia.
“Um dos maiores dificultadores hoje na economia solidária é um ponto fixo de comercialização. Foi feito todo um plano de negócio, uma elaboração, um plano estratégico, financeiro e econômico para a abertura da loja. O ponto fixo de comercialização ele surge justamente para a valorização e reconhecimento dessas pessoas em situação de rua”, comenta.
Efeitos práticos
Maria Auxiliadora do Carmo Souza é um exemplo da força do projeto. Ela faz parte do Grupo Estampa Rua, que confecciona ecobags, bolsas, pano de prato e diversos outros produtos.
“A gente faz com muito capricho e com muito amor esses produtos. Os colegas são maravilhosos. Então a gente tá muito feliz e pedindo às pessoas para colaborar, vir nos visitar”, alegra-se.
Fonte: BdF Minas Gerais
Edição: Elis Almeida