Justiça

Após mais de quatro anos, motorista que atropelou ciclista Marina Harkot em SP enfrenta júri popular nesta quinta (23)

Vítima era pesquisadora sobre gênero e mobilidade. Foi atropelada em 2020 enquanto pedalava

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Marina atuou no Conselho Municipal de Transporte e Trânsito e foi coordenadora da Ciclocidade, a Associação de Ciclistas Urbanos de São Paulo - Reprodução

Acusado de atropelar e matar a socióloga e cicloativista Marina Harkot em 2020, o réu José Maria da Costa Júnior passará por júri popular nesta quinta-feira (23), em São Paulo (SP). Marcado inicialmente para junho de 2024, o julgamento foi adiado em mais de seis meses após a defesa do réu apresentar um atestado médico que alegava dengue. Ele responde por homicídio doloso qualificado por causar perigo com sua conduta. 

Marina Kohler Harkot, que era doutoranda e pesquisadora sobre gênero e mobilidade na Universidade de São Paulo (USP), foi atropelada por José Maria na capital paulista enquanto pedalava. O motorista estava embriagado, trafegava em alta velocidade e não prestou socorro. Os agravantes foram considerados pela justiça para viabilizar o júri popular. O réu ficou foragido durante o início da investigação, em 2020, e só compareceu após advertência do delegado sobre expedição de mandado de prisão. 

O júri popular será formado por até 21 pessoas que não têm formação em Direito e representam a sociedade em geral. Nesse sistema, quem condena o acusado são os jurados, e não o juiz. O mecanismo é utilizado apenas em casos de crimes dolosos, ou seja, quando houve a intenção de matar.  

Para reforçar o pedido por justiça, familiares e amigos farão uma nova vigília em frente ao Fórum da Barra Funda no dia do julgamento, a partir das 11h. "O julgamento não irá trazer minha filha de volta, mas é uma resposta a essa sensação de impunidade que acompanha a nossa família e tantas outras pelo Brasil", diz Maria Claudia Kohler, mãe de Marina. 

Edição: Martina Medina