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Chuva em São Paulo causa enxurrada em metrô, deixa ruas alagadas e mais de 150 mil sem luz

Tempestade teve início por volta das 15h30; Defesa Civil emitiu alerta severo para moradores buscarem lugar seguro

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Bairro de Santana, na zona norte, teve ruas alagadas e metrô inundado - Divulgação

A chuva que atingiu a cidade de São Paulo na tarde desta sexta-feira (24) deixou estragos em vários pontos da capital e da região metropolitana. De acordo com informações divulgadas pela Enel, há 157 mil imóveis sem energia elétrica.

Poucos minutos depois do início da tempestade, a redação do Brasil de Fato começou a receber vídeos de vários pontos da cidade, mostrando ruas alagadas e carros cercados pela água.

Um dos registros mais impressionantes mostra uma forte enxurrada invadindo a estação de metrô Jardim São Paulo-Ayrton Senna, da linha 1 (azul), na zona norte da cidade, região de Santana. Em um dos vídeos, usuários do transporte público se equilibravam sobre as grades e catracas da estação de metrô, cercados pela correnteza.

Nas ruas ao redor da estação Jardim São Paulo, há registros de carros boiando. Também em Santana, um vídeo mostra o Colégio Salesiano Santa Terezinha tomado pela água.

No shopping Center Norte, uma parte do teto desabou em consequência de uma grave infiltração. De acordo com um comunicado enviado pelo shopping, não há pessoas feridas. 

A chuva chegou acompanhada de rajadas de vento, por volta das 15h30. Minutos depois, a Defesa Civil do município enviou um alerta severo, orientando que os moradores permanecessem em lugar seguro. O aviso chegou na tela do celular de diversos usuários de smartphones com serviços de 4g e 5g, alertando para que as pessoas se mantivessem em lugar seguro.

De acordo com o Instituto de Pesquisas Meteorológicas (IPMet), vinculado à Universidade Estadual Paulista (Unesp), há previsão de pancadas de chuva isoladas nos períodos da tarde e noite em todo o estado de São Paulo para os próximos dias. Um informe publicado no perfil da Defesa Civil na rede social X alerta para a possibilidade de pancadas de chuva com raios e granizo em todo o estado. 

Em comunicado enviado aos clientes, a Enel afirma que "fortes chuvas e rajadas de vento estão previstas para hoje e os próximos dias". A emrpesa informa ainda ter acionado um "plano de contingência para o enfrentamento de eventos climáticos", com reforço nas equipes e canais de atendimento.

A chuva reduziu a intensidade por volta das 17h. Ainda não há informações sobre vítimas. 

Metrô e CPTM com fluxo lento e linhas paradas

De acordo com Alex Santana, diretor de comunicação e imprensa da Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro), a circulação da linha 1 do metrô foi parcialmente interrompida, funcionando de Santana a Jabaquara. O fluxo na linha está mais lento. A linha 2 (verde) do metrô também está com velocidade reduzida.

"Consequentemente afeta todo o sistema, não somente a linha 1, pois necessita de estratégia de fluxo devido à demanda, principalmente para as transferências", diz. 

A linha 12 (safira) da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) teve o funcionamento interrompido, sem previsão de normalização. A linha 7 (rubi) da CPTM está com operação parcial, com os trens circulando em velocidade reduzida entre as estações Botujuru e Campo Limpo Paulista.

De acordo com Santana, outras estações estão sendo afetadas com água nas plataformas e outros problemas, "como as estações com portas de plataforma na linha 3 (vermelha), que também é um contrato terceiro [terceirizado] malfeito que naturalmente já gera atrasos por diversos problemas, e com a chuva, várias portas deixam de funcionar", diz.

O metroviário atenta para os problemas decorrentes do sucateamento do sistema de transporte público de São Paulo. "Com essa precarização, com falta de mão de obra da manutenção, falta de estoque, investimento, vários trens da linha 3 estão com infiltrações, muitos quase chovendo mais dentro do que fora, ou seja, prejudicando a qualidade na prestação de serviço", diz.

Edição: Nicolau Soares