Os alimentos ficaram 1,06% mais caros do final de dezembro do ano passado para o início deste ano. Isso é o que mostra a prévia da inflação de janeiro, divulgada nesta sexta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ainda nesta sexta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne com ministros para discutir medidas para redução de preços. O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto (PT), estará presente. Ele disse em entrevista ao Brasil de Fato que a estatal pretende retomar estoques públicos de alimentos e criar uma rede de distribuição de comida para pequenos comércios da periferia inspirada no programa Farmácia Popular para contribuir com essa redução.
Segundo o IBGE, os alimentos subiram tanto no período de apuração da prévia da inflação que o índice seria maior que o efetivamente registrado caso outros produtos não tivessem o "compensado".
O Índice de Preço ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) fechou janeiro em 0,11%. Os itens do grupo alimentação e bebidas tiveram impacto de 0,23 ponto porcentual sobre ele –isto é, maior até que o índice fechado do mês.
O IPCA-15 não foi maior porque os itens de habitação registraram queda de 3,43% em seus preços. Isso tem a ver com a queda de 15,46% nas contas de luz. A queda é resultado da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas de janeiro, segundo o IBGE.
Entre os itens de alimentação, o tomate subiu 17,12% e o café moído, 7,07%. Em 2024, o café já havia subido 39,6%.
Desde 2021, os estoques de café da Conab estão zerados.
Desaceleração
Apesar da alta dos alimentos no início deste ano, ela é menor do que a registrada no início de 2024. No mesmo período do ano anterior, a comida havia subido 1,47%.
A prévia da inflação de janeiro de 2024 também foi maior do que a de 2025. No ano passado, ela havia sido de 0,34%.
Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 4,50%, abaixo dos 4,71% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. A meta de inflação para 2025 é de até 4,5%. Isso significa que a prévia aponta que o índice caminha para dentro da meta.
A inflação oficial de 2024 foi de 4,83%. Esteve, portanto, fora da meta.
Transportes
Outro grande contribuição para a prévia da inflação de janeiro veio do grupo transportes, que subiu 1,01%. Ele foi influenciado pelas passagens aéreas, que subiram 10,25%, e pelos combustíveis, que subiram 0,67%. Houve aumentos nos preços do etanol (1,56%), do óleo diesel (1,10%), do gás veicular (1,04%) e da gasolina (0,53%).
Ainda em transportes, os aumentos das tarifas de ônibus de capitais brasileiras no início do ano pesaram sobre o índice.
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 13 de dezembro de 2024 a 14 de janeiro de 2025 e comparados com aqueles vigentes de 13 de novembro a 12 de dezembro de 2024. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a inflação oficial.
Edição: Nathallia Fonseca