Entregadores de aplicativos de Curitiba e Região Metropolitana iniciaram uma paralisação nesta sexta-feira (24), que deve durar até domingo (26). A mobilização foi organizada pelo Coletivo de Entregadores de Aplicativo de Curitiba e ocorre em protesto ao descumprimento de um acordo firmado pelo iFood Brasil em janeiro deste ano.
Em 9 de janeiro, duas representantes do iFood estiveram em Curitiba para ouvir as demandas dos trabalhadores. Na ocasião, comprometeram-se a retornar em até 15 dias para uma reunião presencial, com respostas formais às reivindicações apresentadas. Entretanto, o prazo não foi cumprido.
“As representantes pressionaram para marcar a reunião para o dia 27 de janeiro, fora do prazo estipulado. O coletivo reforçou a necessidade de honrar com o compromisso firmado, reiterando que a reunião deveria acontecer, presencialmente, até o dia 24”, informou o coletivo em ofício.
Apesar das cobranças, os entregadores foram avisados em 20 de janeiro que o retorno seria feito por e-mail, contrariando o acordo de uma reunião presencial. Para o coletivo, essa atitude demonstra desrespeito com os trabalhadores, que enfrentam condições precárias de trabalho e exigem soluções urgentes.
A pauta de reivindicações dos entregadores inclui 14 itens adicionais às demandas apresentadas anteriormente pela Aliança Nacional dos Entregadores. Um dos pontos centrais de críticas é o modelo de subpraça, que segmenta as regiões de atuação dos entregadores em pequenas áreas, limitando o acesso a pedidos. Na prática, isso reduz o volume de corridas disponíveis para cada trabalhador e aumenta o tempo ocioso entre as entregas. Os entregadores consideram o sistema prejudicial, pois afeta diretamente seus rendimentos e a eficiência do trabalho.
Entre as outras demandas, está o fim do sistema de agendamento, taxa mínima de R$ 8,50 para motos, implementação de taxa de espera (R$ 0,50 por minuto após 10 minutos), promoção mínima de R$ 5, retorno do ponto de apoio em São José dos Pinhais e maior eficiência do suporte em casos de cliente não localizado.
Durante a paralisação, diversos pontos estratégicos na cidade e região metropolitana ficaram inativos, como shoppings, restaurantes e locais de alta demanda, incluindo os bairros Boa Vista, Portão e Santa Felicidade. Restaurantes já relatam mensagens de instabilidade nos aplicativos de delivery devido à mobilização.
A categoria destaca que a paralisação também está amparada por termos de ajustamento de conduta em inquéritos civis públicos, reforçando a legitimidade das reivindicações. "Nossa greve vai acontecer, e se não se resolver vamos estender. A gente tem que lutar pela nossa categoria e se não for a gente mesmo que fizer isso, ninguém vai. É luta pela categoria", afirma em vídeo Gabriel Machado, liderança do coletivo de entregadores.
Fonte: BdF Paraná
Edição: Mayala Fernandes