Caos climático

São Paulo registra terceira maior chuva desde 1961, diz Defesa Civil

Forte temporal causou alagamentos e paralisou transporte público; milhares ainda estão sem energia elétrica

Brasil de Fato | Recife (PE) |
População enfrentou mais dificuldades para se locomover pela cidade - Paulo Pinto/Agência Brasil

A cidade de São Paulo enfrentou, nesta sexta-feira (24), o terceiro maior volume de chuva dos últimos 64 anos, de acordo com a Defesa Civil do estado. O temporal acumulou 125,4 milímetros de precipitação, sendo 82 mm em apenas uma hora, entre 15h e 16h. Esse foi o maior volume registrado em 60 minutos desde 25 de julho de 2006, segundo o órgão.  

A intensidade da chuva provocou alagamentos em ruas, avenidas e estações de trem e metrô. Um dos registros mais impressionantes recebidos pelo Brasil de Fato mostra uma forte enxurrada invadindo a estação de metrô Jardim São Paulo-Ayrton Senna, da linha 1 (azul), na zona norte da cidade, região de Santana.

Em um dos vídeos, usuários do transporte público se equilibravam sobre as grades e catracas da estação de metrô, cercados pela correnteza. Nas ruas ao redor da estação Jardim São Paulo, há registros de carros boiando. Também em Santana, um vídeo mostra o Colégio Salesiano Santa Terezinha tomado pela água.

A Defesa Civil enviou alertas de emergência via SMS à população às 15h56, sinalizando para fortes chuvas e rajadas de vento, que chegaram a 70 km/h na Grande São Paulo, conforme informou a Agência Brasil. O sistema de notificação por "cell broadcast" não requer aplicativos e exibe mensagens diretamente na tela dos celulares.  

Entre os danos materiais causados pelo temporal, parte do teto do Shopping Center Norte, na Zona Norte, desabou. Em nota, a administração do shopping informou que ninguém ficou ferido e que a área foi isolada.  

A forte chuva, que superou em poucas horas o acumulado registrado na cidade durante todo o mês de janeiro, deixou um saldo de transtornos e prejuízos significativos para a população paulistana, evidenciando os desafios que a cidade enfrenta diante de eventos climáticos extremos.  

Apagão e engarrafamentos

O temporal também impactou na distribuição de energia elétrica. De acordo com a Enel, 179 mil imóveis ficaram sem energia elétrica no auge da tempestade. A concessionária acionou seu plano de contingência e, até 19h30, conseguiu restabelecer o fornecimento para cerca de 30% dos usuários afetados.

De acordo com boletim divulgado pela empresa às 11h deste sábado (25), 35.147 clientes ainda estavam com o serviço interrompido. Já o trânsito da capital registrou mais de mil quilômetros de congestionamento às 17h40, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

Previsão para o final de semana

Há um risco elevado de temporais no Centro-Sul do país para este final de semana, segundo o Instituto Nacional de Meteorologias (Inmet). O calor e a alta umidade devem provocar pancadas de chuva, acompanhadas de raios e granizo, especialmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

No sábado (25), uma frente fria mantém possibilidade de temporais no Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul. No domingo (26), ela avança para Minas Gerais, Espírito Santo e áreas do Centro Oeste. Regiões do Norte e Nordeste, como Amapá, Pará e Amazonas, também terão chuvas intensas, porém mais isoladas.

As chuvas encerram uma semana de recordes de calor no Sudeste, impulsionado pelo aquecimento adiabático – fenômeno que aquece o ar ao descer montanhas. A previsão indica leve queda nas temperaturas, com máximas se aproximando de 30 °C em algumas capitais.
 
*Com informações da Agência Brasil

Edição: Martina Medina