Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Quaest na manhã desta segunda-feira (27), revelou uma queda de cinco pontos percentuais na aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, passando de 52% para 47%. Já aquele que reprovaram o governo Lula 3 passaram de 47% para 49%, superando a avaliação positiva pela primeira vez entre levantamentos deste instituto. 4% não souberam ou não quiseram responder.
O levantamento foi realizado entre os dias 23 e 26 de janeiro, em 250 municípios das cinco regiões do Brasil, sob encomenda do Banco Genial. Os resultados têm margem de erro de 1% para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%. De acordo com a pesquisa, o preço dos alimentos impactou negativamente na percepção das pessoas sobre o governo. 83% dos entrevistados dizem haver sentido a alta nos preços nos supermercados, enquanto somente 10% disseram que os preços permanecem estáveis.
Os números refletem ainda o estrago na imagem do governo, provocado por notícias falsas relacionadas a uma falsa intenção da equipe econômica em tributar o Pix. O governo acabou recuando e revogou a instrução normativa da Receita Federal, que teria sido a motivação da onda de desinformação. A regra estipulava que as instituições financeiras seriam obrigadas a informar movimentações via Pix de valores acima de R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para pessoas jurídicas. 66% dos ouvidos afirmaram que o governo errou mais diante da polêmica e 19% disseram que a gestão Lula acertou mais. Outros 5% falaram que houve acertos e erros de forma igual por parte do governo. 10% não sabiam ou não quiseram responder.
O instituto Quaest também perguntou os entrevistados sobre como avaliam a comunicação do governo. 53% dos entrevistados avaliaram negativamente a comunicação governamental, enquanto 18% acham positiva a estratégia, e outros 23% consideram regular. 6% não sabiam ou não quiseram responder.
A comunicação do governo vem sendo questionada interna e externamente. Diante disso, no começo de janeiro, o presidente Lula decidiu demitir o então ministro da Secretaria Nacional de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, e nomeou para o cargo o publicitário Sidônio Palmeira, que foi o responsável pela campanha vitoriosa do Partido dos Trabalhadores (PT) em 2022.
Recortes
Entre os brasileiros com renda superior a cinco salários-mínimos, o governo é reprovado por 59% dos entrevistados, contra 38% que disseram aprovar a atual gestão federal. 2% não sabem ou não quiseram responder.
Entre 2 e 5 salários, a desaprovação foi de 54%, enquanto a aprovação foi de 43%. Outros 3% não souberam ou não responderam.
Entre os que se dizem católicos, o atual governo é aprovado por 52%, contra 42% de reprovação. Já 59% dos que se dizem evangélicos avaliaram negativamente o governo Lula 3, enquanto 37% afirmaram aprovar a gestão.
No critério de raça, a maioria dos autoidentificados como pretos ou pardos aprova o governo do presidente Lula. Entre os pardos, o atual governo é aprovado por 51% e desaprovado por 45%. Já entre os pretos, 54% dizem aprovar o governo Lula 3, enquanto 42% desaprovam.
A Secom não retornou aos contatos da reportagem para comentar os números da pesquisa.
Edição: Nathallia Fonseca