Meteorologia

Alerta de chuva forte segue em diversas partes do Brasil

Regiões Sudeste e Norte devem ser as mais atingidas e SP e MG podem voltar a ter temporais com consequências graves

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Estragos causados pela chuva da semana passada na cidade de São Paulo; temporal foi o maior registrado desde 1961 - Paulo Pinto / Agência Brasil

O final de janeiro e o início de fevereiro devem ser marcados por mais chuva forte, especialmente nas regiões Sudeste e Norte do país. Segundo as agências meteorológicas, a possibilidade de temporais e mais estragos não está descartada. O cenário pode trazer novos transtornos significativos em São Paulo e Minas Gerais. 

Até o fim desta terça-feira (28) há mais de mil municípios em alerta de perigo para chuvas intensas no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Além dos territórios paulista e mineiro, a faixa de atenção cobre parte dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Rio de Janeiro. 

A entidade também estabeleceu estado de atenção para perigo potencial de tempestades até a quarta-feira (29) em praticamente todo o Centro-Oeste e em partes do Sul, do Norte e do Nordeste. Para o Sudeste, o aviso segue até a noite de sexta-feira (31) 

Cenários regionais 

Segundo as previsões do Inmet, em São Paulo, a zona mais crítica abrange a Região Metropolitana da capital e os municípios de Campinas, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, Araraquara, Piracicaba, Araçatuba, além do Vale do Paraíba.  

Para Minas Gerais a atenção se concentra no centro, no sul e no sudeste do estado. Isso inclui a Região Metropolitana de Belo Horizonte, Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, Zona da Mata, Campo das Vertentes e Vale do Rio Doce.  

Praticamente todo o estado do Rio de Janeiro está sob alerta, com destaque para o interior e as regiões serrana e metropolitana. No Espírito Santo, o sul do estado deve ser o mais atingido.  

Além disso, a chuva forte deve atingir o Centro-Sul e o Sul de Mato Grosso, os Pantanais do Mato Grosso do Sul, o Leste de Rondônia e o Sul de Goiás. Em todas essas áreas há risco de ventos intensos - com velocidade entre 60 e 100 quilômetros por hora - corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e descargas elétricas. 

As previsões da MetSul reafirmam o cenário. Nesta terça-feira (28), a organização divulgou as expectativas para os próximos dez dias em todo o país, com base no modelo do Centro Meteorológico Europeu. 

De acordo com as projeções, o cenário de perigo por excesso de precipitação engloba as regiões Sudeste, o Leste do Amapá e o Norte do Pará e do Maranhão, com influência da Zona de Convergência Intertropical. Até o início de fevereiro, também pode chover forte no Amazonas e no Tocantins. 

Os maiores volumes de chuva no Nordeste brasileiro devem se concentrar no Norte do Ceará, inclusive na capital Fortaleza, no Maranhão, Piauí e no Oeste da Bahia. Já na região Centro-Oeste do país, há expectativa de acumulados que podem chegar a 200 milímetros no Mato Grosso, Norte e Nordeste do Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Goiás. 

A organização afirma que o Sudeste do país é a região que mais exige atenção para os próximos dez dias, com alerta maior para Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. O alerta divulgado nesta terça-feira indica possibilidade de temporais de até 400 milímetros, com alagamentos, inundações, cheias de rios e deslizamentos de terra. 

Relembre 

Na última sexta-feira (24), a cidade de São Paulo registrou a terceira maior chuva da história desde 1961, com um acumulado de 125,4 milímetros. Em apenas uma hora, choveu 82 milímetros, segundo a Defesa Civil. A tempestade causou alagamentos em ruas, avenidas e estações de trem e metrô, além de deixar milhares de imóveis sem energia elétrica. 

O estado de Minas Gerais tem mais de 100 cidades em situação de emergência ou calamidade. Mais de 3,5 mil pessoas estão desalojadas devido à chuva forte. Segundo informações da Coordenadoria de Defesa Civil de Minas Gerais, pelo menos 26 pessoas morreram em decorrência das tempestades entre setembro do ano passado e o início de janeiro deste ano.
 

Edição: Nathallia Fonseca