Dois aviões da Força Aérea da Colômbia pousaram, nesta terça-feira (28), em Bogotá, com quase 200 migrantes deportados pelos Estados Unidos, após as tensões diplomáticas com o governo de Donald Trump. A informação foi confirmada pelo presidente Gustavo Petro.
"São colombianos, são livres e dignos e estão em sua pátria, onde são amados. O migrante não é um delinquente, é um ser humano que quer trabalhar e progredir, viver a vida", afirmou o presidente na rede social X. Na postagem, Petro também exigiu de Trump condições "dignas", como não algemar os deportados.
"Chegamos bem, graças a Deus. Entrei nos Estados Unidos como imigrante e em nenhum momento saí dos abrigos", disse uma das deportadas à rádio Caracol, no aeroporto El Dorado, em Bogotá.
"Não somos criminosos", acrescentou a mulher que, sem revelar seu nome, contou sua jornada para chegar aos Estados Unidos pela fronteira com o México e como foi detida devido à sua situação migratória irregular.
Petro, o primeiro presidente de esquerda na história da Colômbia, se recusou no último domingo (26) a permitir a entrada de voos militares dos EUA com os deportados, alegando preocupações sobre as condições de sua transferência, o que desencadeou uma breve crise diplomática com ameaças tarifárias mútuas.
Após horas de tensão, Bogotá aceitou os termos das políticas do presidente republicano e pôs fim a uma disputa que havia se intensificado.
Trump havia ordenado uma tarifa de 25% sobre todos os produtos importados da Colômbia, que aumentaria para 50% em apenas uma semana, e a embaixada dos EUA em Bogotá também suspendeu a emissão de vistos.
Momentos depois, Petro também ameaçou aplicar uma tarifa de 25% nas importações dos EUA e publicou um texto em suas redes sociais saindo em defesa da Colômbia.
Após o incidente ser declarado encerrado, aviões da Força Aérea colombiana decolaram de Bogotá na segunda-feira (27) com destino às cidades americanas de San Diego e Houston, segundo a Força Aeroespacial.
O incidente é o primeiro confronto de Gustavo Petro com Donald Trump, que assumiu a presidência dos Estados Unidos em 20 de janeiro com promessas de uma abordagem dura contra a migração irregular.
*Com AFP
Edição: Leandro Melito
