O primeiro-ministro sérvio, Milos Vucevic, anunciou nesta terça-feira (28) a sua renúncia em meio a protestos em massa que se arrastam há meses contra o governo no país.
As manifestações na Sérvia vêm ocorrendo desde novembro de 2024 após um acidente em uma estação ferroviária na cidade de Novi Sad, que resultou na morte de 15 pessoas e outras gravemente feridas após um desabamento. A partir daí, as pessoas começaram a tomar as ruas exigindo a punição dos responsáveis e a renúncia das autoridades, sob acusação de corrupção e negligência.
"Após os eventos em Novi Sad, tomei uma decisão irrevogável de renunciar. Esta manhã tive uma longa conversa com o presidente, ele aceitou minha decisão, meus argumentos", disse Vucevic na terça-feira, 28 de janeiro, em uma coletiva de imprensa em Belgrado .
Ao mesmo tempo, Vucevic observou que não pode "justificar esses protestos, bloqueios e ataques" contra estudantes que querem ir à escola, insultos, humilhação de pais", chamando o que está acontecendo na Sérvia de "uma catástrofe para a sociedade".
"Um pouco de tempo vai passar, e aqueles que fizeram isso vão se arrepender", disse ele durante a entrevista coletiva. Ele acrescentou que tomou essa decisão "para não complicar a situação".
Já o presidente do país, Aleksandar Vucic, havia declarado anteriormente que os estudantes que participaram das manifestações estavam agindo sob ordens de serviços de inteligência estrangeiros com o objetivo de derrubar o governo.
Na última segunda-feira (27) os manifestantes iniciaram um bloqueio de 24 horas em um importante cruzamento de transporte em Belgrado, elevando de maneira substancial a pressão sobre o governo.
Ao mesmo tempo, o vice-primeiro-ministro sérvio, Aleksandar Vulin, declarou que as ondas de protestos que aconteceram em Belarus, Geórgia, Eslováquia e Sérvia, seriam causadas pela recusa destes países em participar da "histeria antirrussa" e seriam organizados pelos mesmos "agentes estrangeiros".
Edição: Leandro Melito