O presidente russo, Vladimir Putin, declarou nesta terça-feira (28) que Moscou está pronta para negociar com a Ucrânia, mas reiterou que não reconhece a legitimidade de Volodymyr Zelensky para assinar um acordo de paz final.
"Você pode negociar com qualquer um, mas devido à sua ilegitimidade, ele [Zelensky] não tem o direito de assinar nada. Se ele quiser participar das negociações, selecionarei pessoas que conduzirão essas negociações", disse Putin em entrevista à mídia estatal russa "VGTRK".
Ao mesmo tempo, o líder russo fez referência ao decreto assinado pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em outubro de 2022, que proíbe a condução de negociações com Vladimir Putin. Ele disse que o início das negociações depende, primeiramente, do cancelamento deste decreto.
De acordo com Putin, o próprio presidente da Ucrânia não pode fazer isso, pois ele seria ilegítimo por encerrar o seu mandato de presidente de cinco anos e não realizar eleições, mas observou que o decreto que impossibilita negociações com o líder russo poderia ser suspenso pelo presidente da Verkhovna Rada (parlamento ucraniano).
Putin também afirmou que os países do Ocidente querem acabar com a guerra. Assim, de acordo com ele, os "patrocinadores ocidentais" de Kiev podem pressionar a Ucrânia e "encerrar questões legais".
"Nós, é claro, nos esforçaremos pelo que nos convém, pelo que corresponde aos nossos interesses, mas do ponto de vista da assinatura de documentos, aqui, é claro, os advogados devem nos confirmar a legitimidade daquelas pessoas que serão autorizadas pelo Estado ucraniano para assinar esses acordos", disse o presidente.
O mandato de cinco anos de Zelensky como presidente da Ucrânia expirou em 20 de maio de 2024. As eleições que estavam marcadas para 31 de março deste ano forma suspensas por conta da lei marcial imposta no país após o início da guerra.
Além disso, Putin afirmou que antes do início do conflito na Ucrânia, se as forças armadas ucranianas saíssem do território das autoproclamadas República Popular de Donetsk e República Popular de Lugansk, os combates não teriam começado.
Edição: Leandro Melito