Após dias do início das deportações em massa implementadas pelo governo do presidente Donald Trump nos Estados Unidos, o governo brasileiro anunciou, pela primeira vez, nesta quarta-feira (29), uma política em relação à crise.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, após uma reunião realizada com a Embaixada dos EUA em Brasília foi acordada a “criação de um Grupo de Trabalho para trocar informações e aprimorar a operacionalização de voos de retorno de brasileiros” que estejam sem documentação no território estadunidense.
De acordo com o Itamaraty, o grupo deve garantir “a segurança e o tratamento digno e respeitoso dos passageiros”.
Além disso, a chancelaria brasileira anunciou “o imediato estabelecimento de uma linha direta de comunicação entre os membros do grupo para acompanhamento em tempo real dos futuros voos”.
Os anúncios do governo do Brasil vêm após o “tratamento degradante”, segundo o próprio Itamaraty, dispensado aos brasileiros no voo de repatriação do do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos EUA (ICE) no último fim de semana.
Cidadãos do país foram algemados, nas mãos e pés, e realizaram o trajeto em uma aeronave em más-condições, que fez uma escala em Manaus, no Amazonas. Posteriormente, o grupo de 88 pessoas foi realocado para um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) que pousou em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais.
“O governo brasileiro considera inaceitável que as condições acordadas com o governo norte-americano não sejam respeitadas. O Brasil concordou com a realização de voos de repatriação, a partir de 2018, para abreviar o tempo de permanência desses nacionais em centros de detenção norte-americanos, por imigração irregular e já sem possibilidade de recurso”, protestou o Itamaraty na ocasião.
Edição: Leandro Melito