Cessar-fogo

Após Israel atrasar acordo, Hamas liberta oito reféns em troca de 110 prisioneiros palestinos

Gabinete de Netanyahu atrasou soltura de palestinos até mediadores garantirem ‘libertação dos reféns com segurança'

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Nas primeiras horas desta quinta-feira (30), Hamas libertou oito reféns capturados no ataque contra Israel em 7 de outubro de 2023 - GIL COHEN-MAGEN/AFP

Três reféns israelenses e cinco tailandeses foram libertados nesta quinta-feira (30) na Faixa de Gaza em troca de 110 palestinos presos em Israel. Esta é a terceira troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos com base no acordo de cessar-fogo de 19 de janeiro acordado entre Tel Aviv e o grupo palestino Hamas;

A troca foi possibilitada após o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, receber garantias dos mediadores internacionais do acordo sobre uma "libertação segura" dos próximos reféns.

"Seguindo o pedido do primeiro-ministro [Benjamin] Netanyahu, os mediadores forneceram um compromisso que garante a libertação segura de nossos reféns que serão liberados nas próximas fases", disse o gabinete em um comunicado.

Antes da garantia dos mediadores a pasta havia atrasado, sob ordem do primeiro-ministro, a libertação dos palestinos “até que se pudesse garantir a libertação dos reféns com total segurança nas próximas etapas".

Assim, nas primeiras horas desta quinta-feira, o Hamas libertou os reféns capturados no ataque contra Israel em 7 de outubro de 2023. 

A primeira refém a ser libertada foi Agam Berger, uma jovem militar israelense de 20 anos, que foi entregue à Cruz Vermelha em Jabaliya, no norte de Gaza.

O exército israelense assinalou que Berger foi levada ao hospital para ser examinada, assim como Arbel Yehud, uma civil de 29 anos sequestrada com a família de seu noivo, o alemão-israelense Gadi Moses, de 80 anos, e os cinco tailandeses.

A libertação de Yehud foi motivo de tensão no último sábado (25). Israel, acusou o Hamas de renegar o acordo ao não libertar a civil, e impediu a passagem dos palestinos deslocados em Gaza de volta ao norte do enclave. 

A travessia só foi liberada após o gabinete de Netanyahu ter recebido “uma lista com a situação de todos os reféns", vivos ou mortos, que podem ser liberados na primeira fase do acordo, que deve durar seis semanas e permitirá a liberação de um total de 33 reféns contra 1.900 prisioneiros palestinos.

Mais tarde, dois ônibus de palestinos libertados por Israel chegaram a Ramallah, na Cisjordânia ocupada, sob aplausos e gritos de apoio de centenas de pessoas.

A libertação de outros três reféns israelenses, todos homens, está prevista para o próximo sábado (1). Em suas duas primeiras rodadas, o acordo de cessar-fogo já permitiu a libertação de sete israelenses e 290 palestinos em duas levas, nos dias 19 e 25 de janeiro. 

A guerra entre Israel e o Hamas eclodiu com o ataque do grupo palestino, que resultou na morte de 1.210 pessoas, em sua maioria civis, segundo uma contagem com base em dados oficiais.

Também foram sequestradas 251 pessoas, 87 delas ainda estão em cativeiro em Gaza, embora o exército considere que 34 estão mortas. O Hamas alega que os reféns mortos foram vítimas dos próprios bombardeios de Israel. 

Por sua vez, Israel matou pelo menos 47.460 pessoas, em sua maioria civis, segundo números do Ministério da Saúde do território, considerados confiáveis pela ONU.

*Com AFP
 

Edição: Leandro Melito