Diversos movimentos populares argentinos se uniram para organizar a primeira Marcha do Orgulho Antifascista e Antirracista no próximo sábado (1), em resposta ao discurso de ódio de Javier Milei no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na semana passada.
A marcha, de caráter nacional, terá como epicentro a Praça de Maio, em Buenos Aires e ocorrerá a partir das 16h no horário local com a presença de organizações LGBTQIA+, sindicatos, feministas, migrantes, organizações e grupos políticos.
Milei atacou ferozmente ideais progressistas, como o feminismo, ambientalismo e identidade de gênero. Ele também defendeu as duras políticas de austeridade econômica de seu governo, apesar do impacto sobre as populações mais pobres da Argentina.
Por fim, elogiou líderes da extrema direita mundial, como Donald Trump, Benjamin Netanyahu, Viktor Orbán e Giorgia Meloni.
Suas falas chocaram grandes setores argentinos, que condenaram veementemente as falas do presidente ultraliberal como divisivas e extremamente perigosas.
Em resposta ao discurso de ódio de Milei em Davos, a secretária-adjunta da Central de Trabalhadores Argentinos-Autônoma (CTA-A), Mariana Mandakovic, declarou que "organização e luta é a resposta que daremos como trabalhadores".
"Não se trata do discurso econômico de um lado e da batalha cultural do outro. A batalha é política, social, econômica e cultural, e é importante que saiamos às ruas em defesa de nossos direitos conquistados a duras penas", completou.
Entre os participantes da marcha estão as organizações de direitos humanos Mães da Praça de Maio e Avós da Praça de Maio, que se unirão a centrais sindicais como a Associação de Trabalhadores do Estado (ATE), a Central Sindical dos Trabalhadores Argentinos (CTA) e a CTA-A, a Confederação Geral do Trabalho (CGT), entre outras dezenas de movimentos políticos e sociais.
Cristina Kirchner: "Se dedicou a insultar e atacar"
A ex-presidenta argentina Cristina Kirchner acusou Milei de promover discurso de ódio durante sua fala em Davos, em que ele descreveu o feminismo e o ambientalismo como parte de uma "ideologia aberrante" e associou a pedofilia à identidade de gênero.
"Ei, Milei, como era o verso que você recita quando quer explicar o que é o 'libertarismo?'", provocou Kirchner em postagem no X, aludindo às referências do presidente ao economista Alberto Benegas Lynch. "O libertarismo é o respeito irrestrito pelo projeto de vida do próximo, baseado no princípio de não agressão."
"Está claro que era tudo besteira, porque nesse Davos 2025 você só se dedicou a insultar, atacar e difamar mulheres e homossexuais", acrescentou.
Kirchner ainda questionou a coerência ideológica do discurso de Milei sobre a crise econômica do país e advertiu o ultraliberal sobre o impacto das medidas governamentais.
"Vocês vão precisar de descanso para quando ficarem sem combustível com o dólar achatado, o carry trade, o eterno ajuste e a queda no consumo", disse ela, e previu que "os argentinos perceberão que o sacrifício só serve para enriquecer alguns e empobrecer a grande maioria".
Che Milei… ¿Cómo era ese verso que recitás cuando querés explicar qué es el “libertarismo”?
— Cristina Kirchner (@CFKArgentina) January 30, 2025
¿Era algo así, no?... “El profesor Alberto Benegas Lynch (h) dice que: el libertarismo es el RESPETO IRRESTRICTO DEL PROYECTO DE VIDA DEL PRÓJIMO, BASADO EN EL PRINCIPIO DE NO AGRESIÓN……
*Com Peoples Dispatch e Tiempo Argentino
Edição: Leandro Melito