Relações comerciais

Haddad critica ameaça de taxação de Trump e defende laços com China e Europa

Presidente ds EUA ameaça taxar países do Brics caso sigam com o projeto de desdolarização

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
A fala veio na esteira da declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tem ameaçado taxar com alíquotas de 100% os países membros do Brics - Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o país precisa fortalecer os laços com a União Europeia e a China ao falar sobre a troca de ameaças de taxações entre Brasil e Estados Unidos. 

“O Brasil tem que manter relações com a União Europeia, com quem acabamos de firmar um acordo por meio do Mercosul. Temos que tratar de implementar este acordo. Um acordo histórico, compondo o maior bloco econômico do planeta”, enfatizou o chefe da equipe econômica em entrevista à Rede TV! nesta quinta-feira (30). 

Sobre a China, o chefe da pasta afirmou que o Brasil tem uma aproximação “grande” com o gigante asiático. “É o nosso principal importador de produtos brasileiros. Temos protocolos muito sólidos com a China de intercâmbio e aproximação comercial”, disse.  

A fala veio na esteira da declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tem ameaçado taxar com alíquotas de 100% os países membros do Brics – composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul –, caso o grupo dê seguimento ao projeto de desdolarização dos países membros. 

Haddad afirmou que o Brasil tem “uma balança comercial equilibrada com os Estados Unidos. Qual seria o ganho dos Estados Unidos em sobretaxar produtos brasileiros? Não faz o menor sentido. É uma balança equilibrada entre os dois países”. 

O ministro disse ainda que se Donald Trump taxar um país do qual têm uma importação significativa, como a China, o presidente estadunidense “pode favorecer o Brasil, inclusive, a exportar mais para os Estados Unidos, mas não sabemos ainda qual será essa política comercial". 

Ainda assim, Haddad deixou as “portas abertas” ao governo americano. “Também se houver interesse dos Estados Unidos em aprofundar relação conosco, podemos avaliar investimentos em transformação ecológica”, reforçou o ministro. 

Edição: Nathallia Fonseca