A organização israelense Foro de Famílias de Reféns informou, nesta sexta-feira (31), que Tel Aviv e o grupo palestino Hamas farão mais uma troca de prisioneiros no próximo sábado (1), configurando-se a quarta desde o início do cessar-fogo.
Três presos mantidos pelo Hamas, o franco-israelense Ofer Kalderon, o israelense-americano Keith Siegel e o israelense Yarden Bibas serão trocados por 90 prisioneiros palestinos detidos nas prisões de Israel, de acordo com a ONG Clube de Prisioneiros Palestinos.
Segundo a porta-voz da organização, Amani Sarahneh, nove dos presos palestinos que serão libertados haviam sido condenados à prisão perpétua em Israel.
O braço militar do Hamas anunciou durante a manhã desta sexta-feira que havia preparado a lista de três homens que poderiam ser libertados no sábado, mas sem divulgar os nomes. Posteriormente, o governo israelense confirmou que recebeu os nomes dos cidadãos.
Kalderon foi sequestrado ao lado dos filhos Erez e Sahar, menores de idade. Os dois adolescentes foram libertados durante a primeira trégua do conflito, em novembro de 2023.
Siegel foi capturado em sua casa no kibutz de Kfar Aza, ao lado da esposa Aviva, que também foi liberada em novembro de 2023.
Bibas foi levado pelos Hamas no kibutz de Nir Oz ao lado da esposa Shiri e de seus dois filhos, Ariel, de quatro anos, e Kfir, na época um bebê de menos de um ano. O destino de sua mulher, de origem argentina, e dos filhos do casal é incerto: o Hamas anunciou em novembro de 2023 que os três morreram em um bombardeio israelense, mas as forças militares do país não confirmaram a informação e muitas pessoas mantêm a esperança de que continuam vivos.
Desde o início da trégua, em 19 de janeiro, o Hamas libertou 15 prisioneiros israelenses sequestrados durante o ataque de 7 de outubro de 2023, quando foram capturadas 251 pessoas, 87 delas ainda em cativeiro em Gaza, embora o exército considere que 34 estão mortas. O Hamas alega que os reféns mortos foram vítimas dos próprios bombardeios de Israel.
Por sua vez, Tel Aviv permitiu a soltura de 300 palestinos em duas levas, nos dias 19 e 25 de janeiro.
Após a troca de prisioneiros entre Israel e o Hamas, uma fonte palestina e outra próxima às negociações informaram à AFP que a passagem de fronteira entre Rafah, no sul da Faixa de Gaza, e o Egito será aberta no próximo sábado (1).
"Os mediadores informaram o Hamas sobre a decisão de Israel de abrir o ponto de passagem de Rafah", disse a autoridade do grupo palestino.
A segunda fonte, próxima às negociações, disse que a iniciativa permitiria a retirada de feridos pelos ataques israelenses contra Gaza como parte do acordo de cessar-fogo.
Líbano
Além da Faixa de Gaza, outro cessar-fogo que envolve Israel no Oriente Médio é o Líbano. Mas apesar do acordo alcançado em novembro, bombardeios israelenses deixaram pelo menos dois mortos no leste do país, segundo o Ministério da Saúde libanês.
"O bombardeio executado pelo inimigo israelense em Janta matou duas pessoas e deixou 10 feridos", afirmou a pasta.
A região de Janta, onde o grupo de resistência Hezbollah tem uma forte presença, fica distante da fronteira entre Líbano e Israel e está localizada no Vale do Bekaa, perto do limite com a Síria.
A ofensiva contra alvos do Hezbollah no Vale do Bekaa foi confirmada pelo Exército de Israel. "A Força Aérea israelense atacou múltiplos alvos terroristas que representavam uma ameaça", afirma um comunicado, que acrescentou seguir "comprometido" com o cessar-fogo.
Segundo o comunicado militar, os alvos incluíram um local "com infraestrutura subterrânea utilizada para desenvolver e fabricar armas" e outras instalações "na fronteira sírio-libanesa utilizadas pelo Hezbollah para transportar armas ao Líbano".
Na última quinta-feira (30), o Exército israelense anunciou que "interceptou" um drone do Hezbollah lançado contra seu território. As Forças Armadas denunciaram o ato como uma "violação" do acordo de cessar-fogo, sem mencionar os próprios ataques em desrespeito à trégua.
O conflito entre Israel e o Hezbollah começou devido à guerra entre Israel e o Hamas em Gaza, quando o grupo libanês abriu uma frente de combate do Líbano em apoio ao seu aliado palestino.
Em setembro, após quase um ano de hostilidades na fronteira, Israel iniciou uma ofensiva aérea e terrestre contra as posições do movimento pró-Irã.
*Com AFP
Edição: Leandro Melito