A queda na aprovação do governo federal fez o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mover peças no tabuleiro. A troca no comando da Secretaria de Comunicação (Secom), com a entrada do marqueteiro Sidônio Palmeira, é uma dessas mudanças. A ideia é intensificar a comunicação e mostrar à população os avanços da gestão.
O pontapé inicial foi uma coletiva de imprensa com veículos nacionais. O presidente respondeu diversas questões e aproveitou para divulgar avanços do governo. Entre os temas comentados por Lula estavam a alta dos juros do Banco Central e as declarações de Gilberto Kassab (PSD) contra o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Este é um dos destaques do Tempero da Notícia, programa produzido pelo Brasil de Fato e, nesta semana, apresentado pelo jornalista Afonso Bezerra.
Reforma ministerial
Outro tema que apareceu na coletiva de imprensa foi uma possível reforma ministerial do governo. Apesar de não dar indícios sobre quando ela acontecerá, Lula respondeu sobre possíveis nomes que podem integrar a gestão.
A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann foi um dos nomes citados. A deputada federal é cotada para assumir a Secretaria-Geral da Presidência, substituindo o atual ministro, Marcio Macedo. Lula afirmou que Hoffmann tem "confiança para ser ministra e exercer muitos cargos. Até agora não tem nada definido. Eu não conversei com ela, ela não conversou comigo", disse.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também é um dos cotadas para integrar o governo nesta reforma. O desejo de Lula, no entanto, é que Pacheco seja candidato ao governo de Minas Gerais. O atual governador, Romeu Zema (Novo), constantemente promove enfrentamentos com Lula e é antigo aliado de Jair Bolsonaro (PL).
Panela de Pressão
Quem vai para a Panela de Pressão desta semana é o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Em sua primeira reunião do Copom, o Comitê de Política Monetária, o BC aumentou a taxa de juros em 1 ponto percentual, chegando a 13,25%. Com isso, o país segue entre as economias com maior taxa de juros do mundo.
Galípolo foi o nome escolhido por Lula para substituir Roberto Campos Neto, indicado e com ligações umbilicais com Jair Bolsonaro. Com a indicação de Galípolo, Lula esperava ter maior controle sobre as decisões do Banco Central.
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E o novo presidente do BC recebeu críticas após a decisão do Copom. Gleisi Hoffmann foi uma das vozes contrárias, afirmando que a alta dos juros é uma consequência da gestão anterior e representa a continuidade da política de Campos Neto à frente do BC. Já o presidente Lula poupou Galípolo e afirmou durante a coletiva de imprensa que não é possível que o Banco Central dê um "cavalo de pau" na economia em "um mar revolto".
Cafezinho
O Cafezinho desta semana vai para o presidente da Colômbia, Gustavo Petro. Em resposta à deportação humilhante de colombianos por Donald Trump, Petro ordenou que os aviões militares voltassem para os Estados Unidos e determinou que aeronaves civis da Colômbia fizessem o resgate dos deportados.
Em tom de ameaça, Trump afirmou que taxaria em até 50% os produtos colombianos. E a resposta de Petro foi um dos maiores posicionamentos anti imperialistas de que se tem registro.
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Em uma carta no X (antigo Twitter) o presidente colombiano afirmou que taxaria os produtos estadunidenses no mesmo valor, defendeu a América Latina do imperialismo estadunidense, evocou o libertador da região Simon Bolívar e criticou as políticas racistas e xenófobas do presidente dos Estados Unidos.
O forte posicionamento de Petro fez com que os Estados Unidos se dispusessem a sentar com o governo colombiano para ajustar os trâmites de deportação e dar dignidade aos colombianos que deixarão o país de volta para casa.
Onde assistir
O Tempero da Notícia vai ao ar todas as sextas-feiras, às 20h, no canal do Brasil de Fato no YouTube e na TVT, canal 44.1 – sinal digital HD aberto na Grande São Paulo e canal 512 NET HD-ABC.
Moradores do estado de São Paulo podem acompanhar o programa pela Rádio Brasil Atual (98,9 FM na capital paulista e 93,3 FM na Baixada Santista), nos mesmos horários.
Edição: José Eduardo Bernardes