Neste sábado e domingo (1 e 2), a Festa das Águas vai comandar as celebrações, no Distrito Federal, em homenagem a Iemanjá, na data em que a orixá é celebrada em todo o país. Prestando honrarias às águas do Lago Paranoá, a festividade também celebra Oxum.
A festa é gratuita e a programação destaca a união simbólica entre o Cerrado e o oceano, representada pelo encontro de Oxum com Iemanjá. O evento tem produção e programação compostas majoritariamente por mulheres, reforçando a centralidade do feminino na arte, na organização e na preservação das tradições.
Em sua sexta edição, a festividade faz parte do calendário de eventos culturais anuais do DF. As atividades iniciam no sábado (1), às 16h, com as Feiras de Artesanato Tradicional e de Gastronomia Afro, convidando o público a um mergulho nos sabores e saberes das tradições afro-brasileiras.
No mesmo horário, Mãe Vilcilene Ty Jagun vai conduzir a vivência Sabedoria dos Contos Africanos e Ameríndios e Contação de Histórias para Crianças no Espaço Erê. A ialorixá valoriza a oralidade, a ancestralidade e a força da comunidade feminina na preservação das memórias culturais.
Para a sacerdotisa, o Espaço Erê é a concretização de um sonho de valorização das culturas ancestrais e primárias no desenvolvimento psicossocial e pedagógico das crianças. “O Erê é a entidade infantil existente em cada ser humano, a mola que impulsiona a transformação dos problemas e dificuldades da vida em algo mais brando, mais ameno", diz Mãe Vilcilene.
A criação do Espaço Erê na Festa das Águas é uma novidade nesta edição. "O espaço tem como objetivo ressignificar a unidade familiar pelos elos das culturas-mães africana e ameríndia", explica Mãe Vilcilene.
Ainda às 16h, o Entardecer dos Ojás proporciona um momento simbólico de conexão com o sagrado. As árvores da Praça dos Orixás são adornadas com ojás brancos, reafirmando a resistência e a força das tradições afro-brasileiras. O banho de cheiro e a defumação criam um ambiente de renovação e celebração, reforçando a importância desse ritual tradicional iniciado em Planaltina, em 2015.
A festividade é realizada pelo Instituto Rosa dos Ventos de Arte, Cultura e Cidadania e pela Odoyá Produção Cultural e Audiovisual. A realização integra o Circuito Candango de Culturas Populares e conta com fomento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, do Governo do Distrito Federal, do Ministério da Cultura e do Governo Federal.
A Praça dos Orixás e a Festa de Iemanjá são inscritas nos patrimônios material e imaterial do Distrito Federal. “Mais do que um local de celebração, a Praça dos Orixás é um marco de resistência cultural e territorial, onde a história e as práticas tradicionais ecoam como uma memória viva da ancestralidade”, destaca Stéffanie Oliveira, presidente do Instituto Rosa dos Ventos e realizador da Festa das Águas.
Música
A programação musical do sábado à noite será iniciada pelas Sambadeiras de Bimba Filhas de Biloca (DF). A noite segue com Banda Patacori (DF). Em seguida, o Encontro de Baque Virado com os grupos Zenga Baque Angola (DF), Maracatu do Boiadeiro Boi Brilhante (DF), Baque Dandalunda (DF), Tambores do Amanhecer (DF), Baque Mulher (DF) e Baque do Verde (DF). Encerrando a noite, Samba da Tia Zélia (DF) e Letícia Fialho (DF). E as pickups ficam por conta de DJ Onli (DF), nos intervalos.
No domingo (2), as feiras e espaços seguem com os mesmos horários. A programação também começa às 16h, com o Toque Sagrado para Iemanjá e Oxum, conduzido pelo Coletivo das Yás do DF e Entorno, momento que conecta as comunidades de Candomblé e Umbanda às energias das águas e à força feminina representada pelas divindades afro-brasileiras homenageadas pelo evento.
À noite, estarão no palco Fernanda Jacob (DF) e Ane Êoketu (DF). O público também terá Orquestra Alada Trovão da Mata (DF) e 7naRoda (DF) com Mariana Aydar (SP). As pistas serão conduzidas pela DJ Flávia Aguiar (DF) durante os intervalos.
“Eu e a Ane estamos preparando um repertório para saudar o Oxum e a Iemanjá e também trazer um repertório voltado para as mulheres no samba, trazendo Clara Nunes, Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus, figuras tão importantes na música brasileira, como intérpretes, como compositoras”, antecipa Fernanda Jacob.
“Queremos celebrar nossas yabás com um repertório que reflete nossa trajetória juntas no samba e nossa conexão com o encantado. O público pode esperar releituras de sambas, pitadinhas de axé e músicas de terreiro, todas pautadas em nossa história, fé e crença”, complementa Ane Êoketu.
Confira a programação
Sábado | 1º de fevereiro
16h - Abertura da Feira de Artesanato Tradicional e da Feira de Gastronomia Afro: um mergulho em sabores e saberes ancestrais.
16h às 19h
Espaço Cada Terreiro é um Ponto: diálogos com mestres e mestras de tradição.
Espaço Por Todas Elas | Não é Não: acolhimento e luta das mulheres.
Espaço Erê: atividades educativas e
lúdicas para as crianças.
Palco Principal
16h: Encontro do Comitê de Cultura do DF com Povos Tradicionais de Terreiro.
17h: Entardecer dos Ojás (DF), com Banho de Cheiro e Defumação, rituais de cura e renovação.
19h: Sambadeiras de Bimba Filhas de Biloca (DF), trazendo danças de ancestralidade.
20h: Banda Patacori (DF), com ritmos que vibram tradição e alma.
21h: Encontro de Baque Virado com apresentações de grupos locais:
Zenga Baque Angola
Maracatu do Boiadeiro Boi Brilhante
Baque Dandalunda
Tambores do Amanhecer
Baque Mulher
Baque do Verde.
22h: Samba da Tia Zélia (DF) e Letícia Fialho (DF), unindo vozes e emoções em uma noite memorável.
Intervalos: DJ Onli (DF), garantindo a trilha sonora entre as apresentações.
Domingo | 2 de fevereiro
16h
Feira de Artesanato Tradicional e Feira de Gastronomia Afro: continuação de uma jornada por sabores e saberes ancestrais.
16h às 19h
Espaço Cada Terreiro é um Ponto: vivências e trocas com lideranças de comunidades tradicionais.
Espaço Por Todas Elas | Não é Não: fortalecimento e acolhimento das mulheres.
Espaço Erê: brincadeiras e atividades educativas para crianças.
Palco Principal
16h: Mulheres de Axé (DF), celebrando o feminino nas tradições afro-brasileiras.
17h: Mariana Aydar e Ellen Oléria (SP/DF), com vozes potentes e representativas em um espetáculo emocionante.
18h30: Samba de Êoketu (BA), encerrando a celebração com ritmos que traduzem resistência e ancestralidade.
Intervalos: DJ Pathy Dejesus (SP), conectando os ritmos afro-brasileiros com o público.
Serviço
O quê: Festa das Águas
Onde: Praça dos Orixás, Setor de Clubes Esportivos Sul Trecho 2
Quando: 1 e 2 de fevereiro, às 16h
Quanto: gratuito
Classificação indicativa: livre para todas as idades
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Fonte: BdF Distrito Federal
Edição: Flávia Quirino