Após ação do DF Legal e da Polícia Militar do Distrito Federal resultar na destruição da construção do projeto de cozinha-escola do Favela Gastronômica, em Planaltina, região administrativa do Distrito Federal, a organização iniciou uma vaquinha para auxiliar na reconstruir o espaço.
“A Favela Gastronômica precisa da sua ajuda para reerguer nossa cozinha-escola! Após a destruição de nosso espaço, que transformava vidas com educação e gastronomia, estamos lutando para reconstruir este local tão essencial para a comunidade”, mostra postagem anunciando a campanha.
O projeto informa que é possível contribuir por meio de doações financeiras via Pix (997.170.341-68, Adriana da Conceição de Moraes, contadora do projeto), além de materiais de construção, hidráulica, elétrica e acabamento para cozinha e banheiro. O projeto também aceita móveis e eletrodomésticos para equipar a cozinha-escola.
A cozinha comunitária, que estava sendo construída com recursos do Prêmio Periferia Viva, foi derrubada no dia 24 de janeiro. No domingo (26), foi realizado um ato em solidariedade ao projeto que contou com a participação de representantes do governo federal, movimentos populares e parlamentares do DF.
"Fiquei encantada com a força e potência desse movimento que objetiva promover o aproveitamento de alimento, o enfrentamento e a promoção da segurança alimentar, além da capacitação das pessoas da comunidade. Ou seja, é um projeto que visa somente o bem. A voz e o movimento da comunidade é que vai promover a reação e resistência a essa barbaridade que foi praticada, porque o Estado não é para destruir", destacou a socióloga Raissa Rossiter, que participou do ato.
:: Cozinha comunitária, em construção, é destruída em ação do DF Legal e PMDF ::
Entenda o caso
Na sexta-feira (24), moradores e integrantes da cozinha-escola foram surpreendidos pela derrubada do espaço em construção do projeto. A ação foi realizada pelo DF Legal, que estava sendo acompanhada pela Polícia Militar do DF. Segundo informações dos integrantes do Favela Gastronômica, a operação foi realizada sem mandato ou trâmite administrativo e jurídico correto.
A ação iniciou por volta das 10h, quando a PM chegou à ocupação. O episódio, de acordo com integrantes do projeto, teria sido motivado por uma perseguição à liderança comunitária Cleide Morais e ao desenvolvimento cultural e soberano da comunidade de ocupação Bairro de Fátima, em Planaltina.
Ainda de acordo com informado pelos integrantes do Favela Gastronômica, a PMDF e o DF Legal foram “só para derrubar a escola e nada mais. Não apresentaram a denúncia do SEI [Sistema Eletrônico de Informações], que alegaram ser o motivo da derrubada”.
O DF Legal informou que a operação teve como alvo um parcelamento irregular instalado recentemente dentro do perímetro de segurança da Unidade de Internação de Planaltina (UIP). Segundo o órgão, para “manter o perímetro de um quilômetro sem construções em torno da Unidade para garantir a segurança dos servidores e adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa, a ação se fez necessária.”
Já a PMDF afirmou que não realiza ações de derrubada ou reintegração de posse. De acordo com a nota, a atuação da corporação, neste caso, foi para garantir a integridade física e a segurança de todas as pessoas presentes no local, incluindo servidores do DF Legal, oficiais de Justiça, funcionários da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), ou outros órgãos envolvidos.
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Fonte: BdF Distrito Federal
Edição: Flávia Quirino