O gabinete do presidente palestino Mahmud Abbas denunciou uma operação israelense na Cisjordânia ocupada como “limpeza étnica” nesta segunda-feira (3). A presidência palestina “condenou a expansão das autoridades de ocupação de sua guerra abrangente contra nosso povo palestino na Cisjordânia para implementar seus planos destinados a deslocar cidadãos e fazer uma limpeza étnica”, disse o porta-voz Nabil Abu Rudeineh em um comunicado.
O Ministério da Saúde palestino em Ramallah disse que havia “70 mártires na Cisjordânia desde o início deste ano”, com 10 crianças, uma mulher e dois idosos entre os mortos. O ministério confirmou à AFP que eles foram “mortos pela ocupação israelense”.
“Exigimos a intervenção do governo dos EUA antes que seja tarde demais, para interromper a agressão israelense em curso contra nosso povo e nossa terra”, disse Rudeineh à agência de notícias oficial palestina WAFA, em referência à visita do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, à Casa Branca na terça-feira (4).
Procurado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra, Netanyahu será o primeiro líder estrangeiro a visitar os EUA a convite do presidente Donald Trump, feito formalmente pelo republicano por meio de uma carta, cuja visita será realizada em 4 de fevereiro para "discutir como podemos levar a paz a Israel e seus vizinhos, além de esforços para combater nossos adversários mútuos".
O foco da conversa entre os líderes será a duração do cessar-fogo na Faixa de Gaza. Segundo os termos da trégua vigente, ambos os lados do conflito devem iniciar em breve as conversas sobre um cessar-fogo duradouro, que muitos - incluindo o presidente estadunidense - acreditam que falhará.
Após assumir o governo, Trump declarou sua intenção de transferir os palestinos de Gaza para o Egito e a Jordânia, como possível solução para o conflito na Faixa de Gaza.
Ofensiva israelense na Cisjordânia
Os militares israelenses lançaram uma grande ofensiva na Cisjordânia em 21 de janeiro, sob a justificativa de "erradicar os grupos armados palestinos" da área de Jenin, que há muito tempo é um foco de militância.
Os números mostram que 38 pessoas foram mortas em Jenin e 15 em Tubas, no norte da Cisjordânia. Uma pessoa foi morta em Jerusalém Oriental, anexada por Israel, acrescentou.
*Com AFP
Edição: Leandro Melito