Genocídio

Em véspera de visita de Netanyahu aos EUA, Abbas acusa Israel de 'limpeza étnica' na Cisjordânia

Ministério da Saúde palestino acusa Israel por 70 mortes esse ano, incluindo 10 crianças, uma mulher e dois idosos

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Apesar de cessar-fogo na Faixa de Gaza, Israel intensifica ataques no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia - Foto: Mohammad Mansour/AFP

O gabinete do presidente palestino Mahmud Abbas denunciou uma operação israelense na Cisjordânia ocupada como “limpeza étnica” nesta segunda-feira (3). A presidência palestina “condenou a expansão das autoridades de ocupação de sua guerra abrangente contra nosso povo palestino na Cisjordânia para implementar seus planos destinados a deslocar cidadãos e fazer uma limpeza étnica”, disse o porta-voz Nabil Abu Rudeineh em um comunicado.

O Ministério da Saúde palestino em Ramallah disse que havia “70 mártires na Cisjordânia desde o início deste ano”, com 10 crianças, uma mulher e dois idosos entre os mortos. O ministério confirmou à AFP que eles foram “mortos pela ocupação israelense”.

“Exigimos a intervenção do governo dos EUA antes que seja tarde demais, para interromper a agressão israelense em curso contra nosso povo e nossa terra”, disse Rudeineh à agência de notícias oficial palestina WAFA, em referência à visita do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, à Casa Branca na terça-feira (4). 

Procurado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra, Netanyahu será o primeiro líder estrangeiro a visitar os EUA a convite do presidente Donald Trump, feito formalmente pelo republicano por meio de uma carta, cuja visita será realizada em 4 de fevereiro para "discutir como podemos levar a paz a Israel e seus vizinhos, além de esforços para combater nossos adversários mútuos". 

O foco da conversa entre os líderes será a duração do cessar-fogo na Faixa de Gaza. Segundo os termos da trégua vigente, ambos os lados do conflito devem iniciar em breve as conversas sobre um cessar-fogo duradouro, que muitos - incluindo o presidente estadunidense - acreditam que falhará.

Após assumir o governo, Trump declarou sua intenção de  transferir os palestinos de Gaza para o Egito e a Jordânia, como possível solução para o conflito na Faixa de Gaza.

Ofensiva israelense na Cisjordânia

Os militares israelenses lançaram uma grande ofensiva na Cisjordânia em 21 de janeiro, sob a justificativa de "erradicar os grupos armados palestinos" da área de Jenin, que há muito tempo é um foco de militância.

Os números mostram que 38 pessoas foram mortas em Jenin e 15 em Tubas, no norte da Cisjordânia. Uma pessoa foi morta em Jerusalém Oriental, anexada por Israel, acrescentou.

*Com AFP

 

Edição: Leandro Melito