Milton Nascimento, indicado para o Grammy de “Melhor Álbum Vocal de Jazz” com Esperanza Spalding, não foi convidado para a cerimônia principal do evento, e ficou de fora da área VIP de artistas. A premiação aconteceu em Los Angeles, nos Estados Unidos, no último domingo (2) e, apesar de Milton assinar a criação do disco junto com Esperanza, somente ela convidada.
Em protesto, a artista levou um cartaz para a 67º Grammy Awards com uma foto de Milton escrita “This living legend should be seated here" (Esta lenda viva deveria estar sentada aqui, em português).“Foi recusado para Milton um assento nas mesas da cerimônia deste ano. Isto não me pareceu correto”, escreveu a contrabaixista nas redes sociais. “Estou chateada porque essa lenda viva não foi considerada importante o suficiente para se sentar entre os VIPs, ou como quer que as mesas no andar principal são organizadas.”
Esperanza e Milton perderam o prêmio da categoria para A Joyful Holiday de Samara Joy. “Não estou falando de uma vitória no Grammy. Estamos comemorando a gloriosa vitória de Samara Joy, estou falando de um assento físico... aqui nesta mesa em que estou sentada”, completou Spalding.
Comunidade latina protesta contra deportações de Trump
Centenas de membros da comunidade latina em Houston, no estado do Texas, se manifestaram no domingo contra as deportações de imigrantes iniciadas pelo presidente Donald Trump, e pediram que ele parasse com a perseguição.
Assim que retornou à Casa Branca, em 20 de janeiro, o republicano deu início ao plano de deportação de imigrantes com documentação irregular, autorizando inclusive a entrada de agentes de imigração em locais considerados sensíveis, como igrejas, escolas ou locais de trabalho.
Aos gritos de “Here we are and we are not leaving” (Aqui estamos e não vamos embora), “The race united will never be defeated” (A raça unida nunca será derrotada) e “Long live the migrants” (Vida longa aos imigrantes), os latinos - em sua maioria de raízes mexicanas, hondurenhas e salvadorenhas - marcharam até o Hermann Park, escoltados pela polícia.
O protesto principal foi contra as ações de Trump, cujo governo rotulou de “criminosos” todos os imigrantes que entraram irregularmente no país.
“Não somos criminosos como Trump diz, ele é o criminoso, ele é o condenado [referindo-se a seus processos judiciais]. As pessoas vêm para trabalhar, para ter uma vida honesta”, disse à agência de notícias AFP Alfredo Castillo, aposentado estadunidense de 63 anos, que é filho e neto de imigrantes mexicanos."Acho que não é justo deportar aqueles que não estão infringindo a lei. Este país foi feito por imigrantes e sempre será assim”, completou o homem.
Vídeos de agentes da agência de Imigração e Fiscalização Aduaneira (ICE) prendendo imigrantes em diferentes cidades dos EUA têm circulado nas mídias sociais. “Estou aqui para ser uma voz para os que não têm voz, para as pessoas que estão com medo agora. Minha avó veio para cá há muito tempo, quando estava grávida da minha mãe, ilegal, para dar a todas as nossas gerações uma vida melhor, e sua luta é a razão pela qual eu alcancei o sonho americano”, disse Alexandria Pike, cabeleireira de 34 anos com raízes mexicanas.
Por sua vez, Omar Martinez, um mexicano de 51 anos naturalizado cidadão dos EUA e trabalhador da área de logística, diz que também passou algum tempo “de forma ilegal” antes de regularizar sua situação, mas sempre pagou seus impostos. Ele teme pelos parentes que ainda não legalizaram seu status de imigração.
“Ainda tenho familiares que não estão legalizados e são pessoas que estão aqui há muitos anos, trabalhadores, pessoas boas, sem crimes, e temos medo por eles”, disse. E pediu a Trump que “pare de separar famílias, há pessoas boas, deporte pessoas com crimes, mas deixe as pessoas boas trabalharem, deixe-as contribuir para o país”.
*Com AFP
Edição: Leandro Melito