O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta terça-feira (4) um decreto que retira o país de várias agências da ONU e pede a revisão do financiamento estadunidense à organização multilateral.
Especificamente, o decreto retira os EUA do Conselho de Direitos Humanos da ONU, órgão do qual o país não é Estado-membro, e prolonga a proibição de todo o financiamento dos EUA à agência da ONU para os refugiados palestinos, a Unrwa. Trump disse que a ONU "possui um tremendo potencial", mas que "não está sendo bem gerenciada". "Eles precisam se organizar", acrescentou o republicano.
Em 2024, Joe Biden suspendeu o financiamento para a Unrwa, após Israel acusar trabalhadores da agência de participação no ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, sem, no entanto, apresentar qualquer prova.
Trump repete as decisões que havia tomado durante o seu primeiro mandato, quando, em 2018, também cortou fundos para a Unrwa e também retirou os EUA do Conselho de Direitos Humanos em 2018. Em 2021, a gestão Biden revogou ambas as medidas.
As medidas foram anunciadas à imprensa antes do encontro entre Trump e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu previsto para esta terça-feira (4). A UNRWA foi obrigada a interromper seu trabalho em território israelense na útima quinta-feira (30) após uma deisão do Parlamento israelense que acusa a agência de estar infiltrada pelo Hamas.
'Palestinos devem sair de Gaza'
O presidente dos EUA também disse nesta terça que os palestinos não têm outra alternativa a não ser "sair de Gaza", ao reiterar a ideia de realocar os moradores da Faixa de Gaza para nações vizinhas, como Egito e Jordânia.
Em coletiva na Casa Branca, Trump declarou que os palestinos "adorariam sair de Gaza". "Eles ficariam extasiados", disse.
*Com The Guardian e AFP
Edição: Leandro Melito