O ministro das relações exteriores de Israel, Gideon Sa'ar, anunciou, nesta quarta-feira (5), a saída de Israel do Conselho de Direitos Humanos da ONU, um dia após o mesmo anúncio dos EUA de saída do órgão.
Segundo Sa'ar, o Conselho "tem protegido os abusadores de direitos humanos, ao permitir que eles se escondam do escrutínio". "Em vez disso, demoniza a única democracia do Oriente Médio - Israel", acrescentou o ministro durante sua fala.
"O órgão tem focado em atacar um país democrático e propagar o antissemitismo, em vez de promover os direitos humanos."
Israel já foi acusado diversas vezes de violação dos direitos humanos, além de cometer crimes de guerra e crimes contra a humanidade, extermínio e ataques implacáveis e deliberados contra equipes médicas e locais de saúde, como hospitais e escolas protegidas por leis internacionais, durante os 15 meses de ataques na Faixa de Gaza contra o povo palestino.
ONU alerta para "limpeza étnica" em Gaza
O secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um alerta também nesta quarta contra qualquer tentativa de "limpeza étnica" em Gaza, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarar que o país irá "tomar o controle de Gaza".
"É crucial permanecer fiel aos fundamentos do direito internacional. É essencial evitar qualquer forma de limpeza étnica", indicou o porta-voz do secretário-geral, Stéphane Dujarric, aos jornalistas.
Guterres também defende a defesa da solução de dois Estados, um palestino e outro israelense.
Ao ser questionado especificamente sobre as propostas do presidente Trump em Gaza, o porta-voz estimou que "qualquer deslocamento forçado de uma população equivale a uma limpeza étnica".
Na última terça (4), Trump propôs assumir o controle da Faixa de Gaza com o deslocamento dos palestinos para a Jordânia e o Egito. A proposta gerou uma onda de rejeição em todo o mundo.
Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca, disse que Donald Trump está "comprometido a reconstruir Gaza" e que irá "realocar temporariamente aqueles que lá estão".
"O presidente quer que essas pessoas vivam em paz. Ele está comprometido a fazer [isto] com o seu novo plano audacioso", acrescentou.
Um funcionário do Hezbollah também se pronunciou sobre as declarações do republicano, qualificando o plano de realocar os palestinos para fora de Gaza como "ordens criminosas".
Além disso, o grupo Houthi, do Irã, "está ao lado da Palestina no enfrentamento de todas as formas de agressão contra a causa palestina".
*Com The Guardian e AFP
Edição: Leandro Melito