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Hugo Motta defende redução de pena para políticos na Lei da Ficha Limpa e minimiza atos do 8 de janeiro em agenda na Paraíba

Presidente da Câmara também relatou conversa com Bolsonaro sobre as punições aos participantes da depredação de 2023

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |
Deputado concedeu nesta sexta (7) uma entrevista ao programa Arapuan Verdade, da rádio Arapuan FM - Reprodução/YouTube Arapuan FM

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), concedeu uma entrevista ao programa Arapuan Verdade, do Sistema Arapuan de Comunicação, em João Pessoa (PB), nesta sexta-feira (7).

O parlamentar defendeu a redução do prazo de inelegibilidade previsto na Lei da Ficha Limpa e minimizou os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram as sedes do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).

Redução da pena na Lei da Ficha Limpa

Hugo Motta criticou o prazo de oito anos de inelegibilidade para políticos condenados por crimes eleitorais, afirmando que o período é "extenso". Ele sugeriu que o tempo de punição seja reduzido para dois anos. "Oito anos são quatro eleições, é um tempo extenso na minha avaliação", disse o presidente da Câmara, que prometeu atuar de forma "imparcial" no julgamento de um projeto que propõe a redução do prazo.

Menção a conversa com Bolsonaro

Durante a entrevista, Hugo Motta mencionou uma conversa que teve com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, Bolsonaro teria expressado preocupação com o que classificou como "excessos" nas punições dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. "Conversei com o presidente Bolsonaro, e ele compartilha da visão de que as punições devem ser justas e proporcionais, sem exageros que possam ser interpretados como perseguição política", disse Motta.

O presidente da Câmara também minimizou os atos de 8 de janeiro, afirmando que os episódios não configuraram uma tentativa de golpe. "O que aconteceu foi uma agressão às instituições, algo inimaginável, que não pode se repetir. Mas classificá-lo como golpe é um exagero. Para isso, seria necessário um líder e o respaldo de outras instituições, como as Forças Armadas, o que não houve", declarou.

O parlamentar ainda criticou as condenações dos envolvidos, classificando-as como exageradas. Ele citou o caso de uma mulher condenada a 17 anos de prisão, alegando que ela não teria cometido crimes graves. "Os responsáveis devem ser punidos para evitar que isso se repita, mas sem excessos contra quem não cometeu crimes de maior gravidade", afirmou.

A entrevista de Hugo Motta à Arapuan FM foi a primeira concedida ao vivo pelo parlamentar a uma emissora de rádio da Paraíba desde que assumiu a presidência da Câmara dos Deputados, no dia 1º de fevereiro. 

Fonte: BdF Paraíba

Edição: Cida Alves