Calor extremo

Onda de calor segue até quarta (12) no Rio Grande do Sul; sensação térmica pode chegar a 50ºC

Mais de 400 cidades gaúchas estão em alerta de grande perigo, de acordo com previsão do Inmet

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Na quinta-feira (13), projeta-se que a atuação de uma frente fria possa trazer chuva e arrefecer a temperatura - Foto: Jorge Leão

O calor extremo que chegou no Rio Grande do Sul no início de fevereiro deve se prolongar, no mínimo, até está quarta-feira (12). Em Porto Alegre, a temperatura deve ficar ao redor de 38 °C a 40 °C e na Região Metropolitana deve passar de 40 °C. Municípios do Noroeste, Oeste, Centro, Campanha e Vales devem ter de 40 °C a 43 °C, de acordo com alerta da MetSul e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A sensação térmica pode chegar a 50 °C em pontos do território gaúcho.

O Inmet colocou mais de 400 cidades gaúchas em alerta de grande perigo, com previsão de temperaturas 5 °C acima da média. Segundo o órgão, o calorão traz "riscos para a integridade física ou mesmo à vida", principalmente de crianças e idosos. Devido ao calor extremo, a Justiça concedeu liminar, a pedido do CPERS-Sindicato, adiando o início do ano letivo da rede estadual para a próxima segunda-feira (17).

Conforme destaca nota da Metsul divulgada neste domingo (9), algumas cidades podem ter índices de calor (ou sensação térmica) perto e acima de 50 °C entre segunda e quarta-feira. “Diferentemente da temperatura do ar circulante, o índice de calor é um valor que representa a temperatura aparente para o corpo humano ao considerar tanto a temperatura do ar quanto a umidade relativa.”

De acordo com a empresa, o índice é utilizado para estimar o impacto combinado do calor e da umidade na sensação térmica percebida pelas pessoas. “Quando a umidade está elevada, a evaporação do suor pelo corpo fica prejudicada, dificultando a regulação da temperatura corporal e fazendo com que o calor pareça mais intenso do que realmente é”, alerta.

Há dados indicando temperaturas máximas para o Litoral Norte gaúcho na terça-feira em torno de 40 °C. Devido ao efeito de termorregulação do oceano, não costuma fazer calor excessivo nas praias.

“Destacamos que estas são previsões de temperatura do ar circulante, medidas em um abrigo meteorológico, a 1,5 metros de altura, em área verdes e sem interferência de construções, asfalto e concreto. Assim, dentro das cidades, em condição que se denomina de ilha de calor urbano, valores maiores de temperatura devem ser observados”, ressalva a MetSul.

Na quinta-feira (13), projeta-se que a atuação de uma frente fria possa trazer chuva mais generalizada com queda de temperaturas. Embora ainda quente e com abafamento em diversas localidades, as temperaturas não tendem a ser extremas nesse dia.

Temperatura recorde

Na última terça-feira (4), o RS registrou a maior temperatura oficialmente registrada nos últimos 115 anos, de acordo com o Inmet. A cidade de Quaraí chegou a registrar 43,8 °C. Já em Porto Alegre, a máxima foi de 37,3 °C.

Conforme estudo do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), publicado em janeiro de 2024 na revista científica de acesso livre Plos One, 48 mil pessoas morreram por ondas de calor no Brasil entre 2000 e 2018. A pesquisa analisou as 14 regiões metropolitanas mais populosas do Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A região Metropolitana de Porto Alegre aparece na quarta posição entre as localidades em que as ondas de calor mais potencializam mortes.

O estudo aponta que eventos de temperatura extrema aumentaram quase quatro vezes desde os anos 1970. Idosos, mulheres, negros e menos escolarizados são os mais afetados. 

A previsão completa para os próximos dias pode ser conferida neste link.


Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Marcelo Ferreira