NONSENSE?

Trump rejeita volta de palestinos para Gaza em seu 'plano de reconstrução'; Hamas suspende libertação de prisioneiros

Grupo palestino suspendeu libertação de reféns após Israel descumprir compromissos

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Mais de dois milhões de palestinos vivem na Faixa de Gaza - BASHAR TALEB/AFP

O presidente estadunidense, Donald Trump, disse nesta segunda-feira (10) que os palestinos não teriam direito de retorno a Gaza no contexto de sua proposta de tomada do território pelos Estados Unidos, o que atraiu duras críticas internacionais.

"Não, eles não teriam, porque terão moradias muito melhores", disse Trump em uma entrevista ao canal Fox News, quando questionado sobre o direito de retorno dos palestinos.

"Em outras palavras, estou falando em construir um lugar permanente para eles", disse ele.

Trump revelou, na terça-feira passada, partes de sua proposta durante uma entrevista coletiva conjunta com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que estava em visita a Washington. O republicano disse que os palestinos poderiam ser transferidos de Gaza para Egito e Jordânia devido à devastação após 15 meses de guerra em Gaza. Mas ambos os países árabes se opuseram à proposta.

O presidente estadunidense afirmou que os Estados Unidos construiriam "comunidades lindas" para mais de dois milhões de palestinos.

"Podem ser cinco, seis, podem ser dois. Mas vamos construir comunidades seguras, um pouco mais distantes de onde estão agora, onde está todo o perigo", acrescentou Trump.

"Temos que ver isso como se fosse um desenvolvimento imobiliário para o futuro. Seria uma terra linda. Não seria necessário gastar muito", garantiu.

Fim da trégua?

O ministro da defesa israelense, Israel Katz, denunciou nesta segunda-feira (10) que o anúncio do Hamas de adiar a libertação de prisioneiros em Gaza é "uma violação total" do acordo de cessar-fogo e afirmou ter ordenado ao exército que se prepare "para todos os cenários".

O Hamas havia anunciado anteriormente o adiamento indefinido da próxima libertação de prisioneiros, acusando Israel de descumprir compromissos.

"A libertação de prisioneiros, que estava programada para o próximo sábado, 15 de fevereiro de 2025, será adiada até novo aviso, dependendo do cumprimento do acordado sobre a ocupação e dos compromissos retroativos das semanas passadas", disse Abu Obeida, porta-voz do braço armado do grupo, as Brigadas Al Qassam, em um comunicado.

Até agora, o Hamas libertou 16 prisioneiros israelenses em troca de centenas de prisioneiros, na sua maioria palestinos, detidos em Israel. O movimento islamista também libertou cinco prisioneiros tailandeses fora do âmbito do acordo.

Segundo os termos do acordo de cessar-fogo, que entrou em vigor em 19 de janeiro, outros 17 prisioneiros deveriam ser libertos antes do fim da primeira fase da trégua, de 42 dias.

Edição: Rodrigo Durão Coelho