Trabalhadores da Petrobras realizaram nesta quarta-feira (12) atos em diversas bases da empresa para cobrar uma negociação sobre as regras para o teletrabalho. As manifestações foram organizadas pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).
No Rio de Janeiro, o principal ato aconteceu em frente ao Edifício Senado (Edisen), sede da Petrobras, no centro da cidade, reunindo centenas de trabalhadores. Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, lembrou que outras categorias, como os bancários, já possuem regras para o teletrabalho e os petroleiros não. O dirigente cobrou a urgência de um acordo coletivo sobre o tema.
“Os bancários, capitaneados pela Contraf [Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT], têm uma negociação coletiva que garantiu um acordo com as regras para o teletrabalho no Banco do Brasil. O que nós queremos é a abertura de uma mesa de negociação para termos um regramento do teletrabalho aqui na Petrobras”, ressaltou Bacelar.
Já Tezeu Bezerra, diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), ressaltou que nenhum estudo foi apresentado pela empresa para embasar a decisão de redução do regime de teletrabalho.
"Precisamos de um acordo, que defenda os nossos interesses e também queremos ouvir a empresa que não apresentou nenhum estudo. Quantas pessoas serão impactadas? Quantas moram fora do estado?", apontou.
Em Macaé, no norte fluminense, o Sindipetro-NF realizou um “trancaço” por cerca de duas horas nas entradas da base de Imbetiba, da Petrobras. O coordenador da entidade, Sérgio Borges, destacou que a experiência do teletrabalho gerou mais qualidade de vida para os trabalhares e trabalhadoras, além de ter reduzido o risco de acidentes em deslocamentos.
“A manifestação é uma tentativa de reabrir o diálogo e buscar uma solução equilibrada entre os interesses da empresa e os direitos dos trabalhadores”, explicou.
Outros estados
Além do Rio de Janeiro, os atos também aconteceram em Natal, no Rio Grande do Norte; em Vitória, no Espírito Santo; em Salvador, na Bahia; em Guaramirim, Santa Cataria; e em Brasília, no Distrito Federal.
A mobilização dos trabalhadores começou no dia 14 de janeiro, após a empresa anunciar que o regime híbrido de trabalho, que previa home office de três dias na semana, seria alterado para dois dias na semana a partir de abril. A mudança no regime impõe a gerentes e funcionários a necessidade de trabalhar três dias presencialmente. Os petroleiros permanecem em estado de greve até que a Petrobras abra negociações.
O Brasil de Fato procurou a Petrobras para um posicionamento sobre a possibilidade de negociação junto às entidades sindicais, mas não recebeu nenhum retorno.