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'Greve não é crime': professores de Niterói (RJ) mantêm paralisação apesar de decisão judicial para retorno imediato

Assembleia da categoria será marcada por passeata em defesa da educação no centro da cidade nesta quarta (12)

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Greve por tempo indeterminado reivindica melhores condições de trabalho e ensino na educação - Reprodução/Sepe-RJ

Em greve desde a última segunda-feira (10), o núcleo de Niterói do sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe-RJ) afirma que não recebeu notificação judicial, de caráter liminar, determinando o fim da paralisação na rede municipal. 

O jornal O Globo noticiou na terça-feira (11) que a justiça do Rio decretou o retorno imediato dos docentes às salas de aula. Segundo apuração do jornal, caso a ordem não seja cumprida, o desembargador Ricardo Couto de Castro determinou que a multa diária a ser aplicada será de R$ 500 mil ao Sepe-RJ e de R$ 5 mil aos diretores do sindicato em Niterói. 

A greve foi aprovada contra uma série de medidas que afetam educação infantil e a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Na avaliação da categoria, as propostas representam retrocesso na qualidade do ensino e das condições de trabalho. Uma delas o fim da bidocência, modelo que garante duas professoras nas turmas com crianças de 4 e 5 anos. Outra reclamação é o aumento do número de alunos nas turmas de 1 e 2 anos.

Em nota, o Sepe-RJ reafirmou o direito constitucional à greve em defesa da educação pública. "Fazer greve não é crime. Crime é atacar o direito à educação de crianças, jovens e adultos, em especial numa cidade com orçamento bilionário", disse o texto que pede instalação de mesa de negociação sobre as pautas com o governo. 

Nesta quarta (12), está prevista uma marcha em defesa da educação em frente ao Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), no centro de Niterói, a partir das 7h30. A passeata vai caminhar até o Clube Fluminensinho Niterói, onde acontece a assembleia da rede.

Em nota à imprensa, a Prefeitura de Niterói afirmou que garante "um professor adjunto para cada duas ou três turmas de crianças de 4 e 5 anos apoiando os professores regentes".

Nas turmas de crianças com necessidades especiais, já há a presença de, pelo menos, dois professores por turma, segundo a gestão. A Secretaria Municipal de Educação (SME), por sua vez, disse que segue aberta ao diálogo com a categoria.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Clívia Mesquita