Manifestações acontecem nesta quinta-feira (13) em oito capitais brasileiras para denunciar “as declarações e ações criminosas” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu contra a população palestina na Faixa de Gaza.
Os atos são convocados pela Frente Nacional pela Palestina, que reúne organizações árabe-palestinas, movimentos populares, centrais sindicais e partidos políticos e se somam ao clamor global pelo genocídio contra o povo palestino promovido pelo Estado de Israel e apoiado pelos Estados Unidos.
No início de fevereiro e em meio a um acordo de cessar-fogo, Trump ameaçou assumir o controle de Gaza e deslocar de maneira forçada sua população para países vizinhos. A declaração foi feita durante uma visita do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, à Casa Branca.
"A mobilização em apoio à Palestina é urgente e representa uma forte mensagem política. Não podemos ficar indiferentes à interferência dos EUA nos assuntos de Gaza, nem aceitar um plano que busca perpetuar a opressão e o extermínio de um povo inteiro. Defender a Palestina do imperialismo e das políticas expansionistas dos EUA é uma luta pela justiça, pela dignidade e pelo direito à autodeterminação dos povos", disse ao Brasil de Fato a secretária da Alba Movimentos, Florencia Abregu.
Trump descreveu Gaza como um "grande local imobiliário" enquanto ele dobra os planos para reconstruir o enclave, causando tempestades de críticas por aumentar o potencial imobiliário de Gaza, sugerindo que ele poderia redesenvolvê-la em uma "Riviera do Oriente Médio". O magnata estadunidense que ocupa a Casa Branca quer deslocar os habitantes de Gaza para o Egito e a Jordânia, ameaçando suspender a ajuda dos Estados Unidos a esses dois países se eles não concordarem em cooperar.
Abregu aponta que as decisões tomadas por Trump em cumplicidade com a OTAN (aliança militar do Ocidente) e setores da chamada comunidade internacional, "tentaram legitimar a ocupação de territórios que não lhes pertencem". "Diante disso, os movimentos sociais têm a responsabilidade histórica de se manterem firmes ao lado do povo palestino. O cessar-fogo, embora necessário, não significa o fim da causa palestina; é apenas o primeiro passo para sua reconstrução e a busca de uma paz duradoura. Diante das ameaças recorrentes de Benjamin Netanyahu e do Estado de Israel de retomar os bombardeios, é urgente redobrar nosso apoio à Palestina."
A recuperação e a reconstrução da Faixa de Gaza, devastada após mais de um ano de guerra, vai demandar mais de US$ 53 bilhões (R$ 306 bilhões), sendo mais de US$ 20 bilhões (R$ 115 bilhões) nos três primeiros anos, segundo estimativa da ONU publicada nesta terça-feira (11).
"Agora é o momento de planejar estrategicamente sua reconstrução, não apenas material, mas também política e socialmente, para garantir um futuro em que a justiça e a estabilidade prevaleçam na região. A retirada total e incondicional das tropas israelenses de todos os territórios árabes ocupados é indispensável para alcançar a paz genuína no Oriente Médio. A ocupação e a violência sistemática", ressalta a secretária da Alba Movimentos.
A inesperada proposta de expulsar os palestinos da Faixa de Gaza foi novamente rechaçada por atores globais nesta semana. China, França e a Liga Árabe externaram repúdio à ideia, rotulada de "limpeza étnica" por analistas. "Gaza pertence aos palestinos e é parte integrante do território palestino", disse Guo Jiakun, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China nesta quarta-feira (12).
"Nós nos opomos ao deslocamento forçado dos habitantes de Gaza", devastada por mais de 15 meses de guerra, acrescentou o porta-voz. Jordânia e Egito afirmaram que se opõem ao deslocamento da população de Gaza. O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abul Gheit, afirmou nesta quarta-feira que a ideia é "inaceitável".
Já o presidente francês Emmanuel Macron pediu "respeito" aos palestinos e seus vizinhos árabes, em entrevista à CNN gravada na última quinta-feira. "Você não pode dizer a 2 milhões de pessoas, 'ok, agora adivinhe? Vocês vão se mudar'", disse ele.
Conra a lista de cidades brasileiras com manifestações:
São Paulo (SP): Consulado dos EUA (Rua Henri Dunant, 500) às 10h
Brasília (DF): Embaixada dos EUA, 10h.
Porto Alegre (RS): Consulado dos EUA (av Assis Brasil, 1889) às 12h
Rio de Janeiro (RJ): Consulado dos EUA (Av. Presidente Wilson, 147 - Centro) - Concentração: 16h30 na Cinelândia. Marcha rumo ao Consulado - 17h
Florianópolis (SC): Esquina Democrática, Centro (esquina Rua Felipe Schmidt com Rua Deodoro) - 10h
Belém (PA): Universidade Federal do Pará, Bloco H1 - 10h
Belo Horizonte (MG): Em frente ao McDonald's - Praça Sete (centro) Barraca 15h e ato 17:30
Curitiba (PR): Consulado República Argentina - Avenida Silva Jardim 2705 - Água Verde - PR - 12h
Maceió (AL): Calçadão Do Comércio (Antigo Produban) 16h
Edição: Leandro Melito
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