A cantora Anitta ironizou a moção de repúdio apresentada pelo vereador Guilherme Kilter (Novo) contra seu show em Curitiba, marcado para este sábado (15), na Pedreira Paulo Leminski. A manifestação do parlamentar gerou reações dentro da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) e acabou sendo retirada da pauta.
Na justificativa da moção, Kilter afirmou que Anitta “subverte os valores da sociedade” e que suas músicas estariam em desacordo com os princípios da "família tradicional brasileira". O vereador ainda alegou que a apresentação teria impactos culturais negativos, apesar do impacto econômico positivo do evento.
A cantora respondeu ao caso com ironia nas redes sociais. "Tanto problema sério de verdade pra ser resolvido e o cara usando seu tempo de trabalho com isso. Gratidão, querida", escreveu no Instagram da vereadora Camilla Gonda (PSB), acompanhando a mensagem com um emoji de coração.
Cantora Anitta rebate proposta de moção de repúdio a show em Curitiba. / Foto: Reprodução/ Instagram
A proposta gerou divisão entre os vereadores. O 1º vice-presidente da Câmara, Leonidas Dias (Pode), se posicionou contra a moção, argumentando que se trata de um evento privado e que “vai quem quer”. Camilla Gonda (PSB) também criticou a iniciativa, classificando-a como irrelevante para a cidade.
Diante das críticas, Kilter retirou a moção de repúdio da pauta na quarta-feira (12), mas afirmou que pretende protocolar uma nova manifestação contra a artista. "Quero manifestar meu total repúdio e desprezo [à Anitta]", disse. Ele reiterou que considera o comportamento da cantora uma afronta aos valores tradicionais.
Outros vereadores rebateram o posicionamento de Kilter. Leonidas Dias e Pier Petruzziello (PP) defenderam a liberdade econômica dos produtores culturais e destacaram que o evento não envolve dinheiro público. Camilla Gonda apontou contradição entre a defesa da liberdade de mercado feita pelo partido Novo e a moção de repúdio. Laís Leão (PDT) e Giorgia Prates (PT) criticaram a forma como Kilter se referiu à artista, destacando um viés machista na postura do vereador.