Trabalhadores de diversas categorias realizam, neste domingo (16), atos em várias cidades do país pelo fim da escala 6×1 e pela redução da jornada de trabalho. Em Curitiba, a mobilização terá início às 13h na Praça Santos Andrade, em frente ao prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
A convocação nacional foi definida em plenária no último dia 25 de janeiro, organizada pela central sindical CSP-Conlutas, que reuniu movimentos populares, partidos políticos e organizações sindicais. A mobilização ganha força após uma série de manifestações no ano passado e crescente adesão nas redes sociais.
No último sábado (8), uma assembleia popular na Praça Carlos Gomes, em Curitiba, debateu a pauta e articulou a mobilização na cidade. Participaram sindicatos, trabalhadores da escala 6×1 e representantes de diversos setores. Durante o encontro, foi definido o local e horário do ato deste domingo.
A luta pelo fim da escala 6×1, que obriga o trabalhador a atuar seis dias para ter apenas um de descanso, ganhou novo impulso em novembro de 2024, quando a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) protocolou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) no Congresso Nacional. O projeto propõe substituir o modelo atual por uma jornada 4×3, com limite de 36 horas semanais. A proposta gerou amplo debate nas redes sociais e intensificou as manifestações, especialmente entre a juventude.
Greves e paralisações recentes evidenciam a força da mobilização. Um dos casos mais emblemáticos foi a greve na multinacional PepsiCo, onde cerca de 1.300 funcionários paralisaram as atividades exigindo o fim da escala 6×1. Como resultado, conquistaram um sábado de folga adicional por mês e garantia de estabilidade sem punições.
O tema também avançou no âmbito municipal. Em Curitiba, a vereadora Professora Angela (PSOL-PR) apresentou um projeto de lei para proibir que empresas contratadas pela prefeitura adotem a escala 6×1. A proposta está em tramitação na Câmara Municipal.
Enquanto trabalhadores pressionam por melhores condições, setores da extrema direita, como os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), criticam a PEC e utilizam argumentos moralistas e econômicos para atacar a proposta, reafirmando a falta de compromisso com os direitos trabalhistas.
Manifestações em defesa da redução da jornada de trabalho vêm se intensificando desde novembro passado, quando milhares de pessoas tomaram as ruas de diversas capitais. Em Curitiba, manifestantes chegaram a ocupar o Shopping Estação, conhecido por empregar majoritariamente trabalhadores em escala 6×1. No mês seguinte, novos protestos se espalharam pelo centro da cidade, incluindo uma marcha pela Rua XV de Novembro durante as festividades natalinas.