O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes derrubou, nesta quarta-feira (19), o sigilo da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A delação de Cid subsidiou a Polícia Federal (PF) no inquérito que ensejou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), na terça-feira (18), contra Bolsonaro e mais 33 pessoas pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa, dano qualificado e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. Com isso, 14 depoimentos do tenente-coronel se tornaram públicos.
Na decisão, Moraes deu prazo de 15 dias para que os 34 acusados apresentem suas defesas por escrito. Após esse prazo, os ministros da Primeira Turma do STF devem decidir se aceitam a ação penal oferecida pela PGR.
Cid fechou acordo de delação premiada em 2023, no qual ofereceu detalhes sobre supostos crimes cometidos por ele e por pessoas do seu entorno no governo federal, quanto era ajudante de ordens da Presidência. Além do inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado, as informações do tenente-coronel ajudaram a PF em outras investigações, como o contrabando de joias do acervo presidencial, a atuação do chamado “gabinete do ódio” e a fraude nos cartões de vacinação.