Nesta sexta-feira (21), data escolhida por editoras do Brasil, da Argentina e da Índia como o Dia dos Livros Vermelhos por marcar o aniversário da publicação do Manifesto Comunista em 1848, o livro Paixão Karl Marx – os hieróglifos da modernidade, de Daniel Bensaïd, será lançado às 18h na Livraria da Expressão Popular, em São Paulo (SP).
A obra do filósofo francês retrata, em formato de livro-álbum – com 300 fotos, ilustrações e documentos – a vida e o pensamento de Marx, incluindo suas relações, exílios e o contexto histórico das suas elaborações teóricas, construídas especialmente junto com o teórico revolucionário prussiano Friedrich Engels. O livro, com prefácio do economista português Francisco Louçã e do sociólogo franco-brasileiro Michael Löwy, inclui registros de outras figuras icônicas do ativismo revolucionário do século 19, tais como Flora Tristan, Pierre-Joseph Proudhon e Mikhail Bakunin.
Daniel Bensaïd faleceu em 2010, aos 64 anos, depois de atuar como docente na Universidade Paris VIII, teórico do movimento trotskista francês e dirigente da Quarta Internacional. Quando jovem, se destacou nas mobilizações do Maio de 68, que aconteceram dois anos depois que ele e outros estudantes fundaram a Juventude Comunista Revolucionária. Em seu ativismo e suas publicações, defendeu o chamado marxismo aberto, não dogmático.
Dia dos Livros Vermelhos
Além do lançamento, em São Paulo, do livro de Bensaïd, pela Plebeu Gabinete de Leitura, este 21 de fevereiro será marcado por ações conjuntas de editoras e leitores nas redes sociais, com a divulgação de obras literárias anticapitalistas.
A iniciativa do Dia dos Livros Vermelhos surgiu em 2020 a partir da articulação que fundou a União Internacional de Editoras de Esquerda, atualmente com cerca de 40 associadas e 25 idiomas contemplados. O lançamento contou com a participação pelas redes sociais de mais de 30 mil pessoas fazendo a leitura pública do Manifesto Comunista em seus línguas.
No Brasil, participam a Expressão Popular, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Instituto Tricontinental de Pesquisa Social. A ideia é estimular a leitura e grupo de estudos a respeito de temas ainda atuais tratados no Manifesto Comunista.
O tratado foi escrito por Marx e Engels por decisão do 2º Congresso da Liga dos Comunistas, realizado no fim de 1847 em Londres, no Reino Unido. Inicialmente, o texto, que ficaria conhecido por frases clássicas como “proletários do mundo, uni-vos”, foi publicado sem assinatura de autores, por se tratar de um programa político e, portanto, ser a síntese de um debate amplo daquela organização. O seu lançamento há 177 anos impactou os rumos e a elaboração teórica que a atuação internacional dos trabalhadores teria a partir de então.