No ano passado, a Guarda Municipal de Curitiba atendeu quase 50 mil ocorrências. Destaque para os chamados de trânsito (21,8 mil) e para os registros de roubo de celular e outros 5996 furtos. Os números estão presentes no “Anuário de Ocorrências da Guarda Municipal”, divulgado pelo sindicato da categoria e reforçam a necessidade da GCM integrar as forças de segurança com mais protagonismo. Recentemente, o STF reconheceu esse papel e, na Câmara Municipal, projetos de lei trocam a nomenclatura de Guarda para Polícia Municipal. Por outro lado, a falta de efetivo e recursos mostram que o problema é maior.
O anuário divulgado pelo Sigmuc revela que mesmo enfrentando a redução de efetivo, os Guardas Municipais de Curitiba demonstraram resiliência e compromisso com a segurança da cidade.
Em 2023, com 1.445 guardas, foram atendidas 49.931 ocorrências. Já em 2024, apesar de o efetivo ter diminuído para 1.396 agentes, foram registrados 49.111 atendimentos.
“Nos primeiros quatro meses de 2024, foram registradas 48 mil ocorrências criminais, com uma média de um crime a cada três minutos e meio. Enquanto isso, falta efetivo até para fazer fiscalização dentro dos ônibus, como quer a gestão em fim de mandato”, comenta Luiz Vechi, diretor de assuntos sindicais do Sigmuc.
VOCÊ SABIA
Em 2024, a Guarda Municipal atendeu ocorrências como:
197 agressão
412 ameaças
8 denúncias de estupro
A vereadora Vanda de Assis (PT) tem feito diversos questionamentos ao governo municipal quanto a quantidade de guardas municipais, a organização da segurança pública e a oportunidade de crescimento na carreira.
“Conforme resposta ao pedido de informação, há a previsão de aposentadoria de 541 guardas municipais nos próximos quatro anos, enquanto a promessa do novo concurso prevê apenas 400 novas vagas. Dessa forma, solicita-se a ampliação do certame para garantir não apenas a reposição do efetivo, mas também a sua ampliação, proporcionando maior segurança à população”, solicita a vereadora.
O pedido ocorreu após a Secretaria de Defesa e Ação Social informar que o efetivo operacional é de 1397 guardas municipais. Para o Sigmuc, o número é insuficiente. O sindicato avalia que, de acordo com a legislação federal, o efetivo em Curitiba deveria ser de 3,5 mil.
“Uma das principais demandas da população de Curitiba é por mais segurança, mas isso só será possível com mais investimentos, contratação de novos guardas e, sobretudo, a valorização do quadro de agentes existentes. Garantir segurança pública de qualidade exige compromisso e reconhecimento do trabalho de quem atua diariamente em prol da cidade”, destaca o anuário.
VOCÊ SABIA
Efetivo da Guarda Municipal é quase o mesmo de 2016.
2016: 1359 profissionais
2020: 1593 profissionais
2024: 1396 profissionais
Mudança de nome e carreira
Recentemente, os vereadores Da Costa e Delegada Tathiana, do União Brasil, apresentaram três projetos que propõem transformar a atual Guarda Municipal em Polícia Municipal. Essa é uma reivindicação da categoria. Mas só isso é considerado insuficiente, na visão da presidente do Sigmuc, Rejane Soldani.
“Uma decisão do STF já consagra confirma aquilo que a gente já faz na prática, que é o papel de polícia municipal. A legislação em Curitiba já fala que a gente protege a população bem instalações. A proposta é pra acabar de uma vez por todas com essa história de você ir abordar numa situação de flagrante de crime a pessoa fica questionando se você pode ou não pode”, esclarece Soldani.
Por outro lado, segundo ela, “o que Greca fez ano passado foi simplesmente aplicar para a guarda a mesma regra que aplicou para todas as outras carreiras e a nossa carreira é uma carreira ‘diferenciada’. Uma carreira aqui você corre risco iminente de morte”, compara ao abordar a necessidade de critérios diferentes na carreira municipal.