Nesta segunda-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve em Rio Grande (RS) para assinar a licitação que marca a retomada do Polo Naval no município. Com investimento de cerca de R$ 1,6 bilhão, serão construídos quatro navios, com expectativa de geração de 1,5 mil empregos diretos.
As embarcações licitadas fazem parte do Programa de Renovação e Ampliação de Frota da Transpetro, subsidiária da Petrobras. A construção será de responsabilidade do consórcio formado pelos estaleiros Rio Grande, administrado pela Ecovix e Mac Laren. Os navios da classe handy custarão US$ 69,5 milhões cada, cerca de R$ 350 milhões.

“Eu vim aqui, porque para mim é simbólico. Estive aqui em 2006, 2008, 2010, 2017, quando eu ainda não era presidente para discutir a quantidade de desemprego que causaram nesta cidade. Agora, retorno a essa cidade para continuar fortalecendo nossa indústria naval”, afirmou o presidente Lula.
A prefeita de Rio Grande, Darlene Pereira (PT), afirmou que esses quatro cascos não são a retomada do auge do polo naval como foi até 10 anos atrás. “Mas eu acredito que talvez seja até melhor assim. Porque queremos e sabemos que Rio Grande tem potencial para isto, queremos um crescimento perene. Que venham um casco após outro, e nossos trabalhadores sempre ocupados”, destacou. Darlene agradeceu ao presidente Lula que percebeu muito tempo atrás o quanto é importante uma indústria naval forte. “Pra mim, é uma bênção e uma emoção imensa estar prefeita nesse momento de alegria pra toda população rio-grandina.”

Para o presidente da Central Única do Trabalhadores do Rio Grande do Sul (CUT/RS), Amarildo Cenci, este foi um dia muito importante para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul, de Rio Grande e do Brasil. “Investir na indústria é estratégico para bons empregos, desenvolvimento, tecnologia, e a gente fortalecer nossa indústria nacional. O Polo Naval, esse investimento que o governo federal está trazendo é bem-vindo para manter nossos empregos dignos e nossas cidades desenvolvidas”, salientou Cenci.

“É fundamental garantir que os trabalhadores tenham empregos decentes, com melhores condições salariais e direitos assegurados”, pontuou o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM), Loricardo de Oliveira. Segundo ele, a reativação do Polo Naval é fruto da luta de diversos setores da sociedade, incluindo os sindicatos e a população local, que esteve envolvida ativamente no debate sobre a reconstrução da indústria naval.
“É a retomada da indústria naval no Rio Grande do Sul, um importante momento de vitória, de conquista do povo brasileiro, mas também da categoria petroleira que defendeu a Petrobras, e defender a Petrobras é defender o Brasil”, comemora a presidenta do Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Sul (Sindipetro/RS), Miriam Cabreira.
Indústria Naval
A licitação foi lançada em julho do ano passado e faz parte do Programa de Renovação e Ampliação da Frota da estatal. No total, serão investidos R$ 23 bilhões para a construção de 44 embarcações até 2029.
“Desde 2016, nós paramos a construção dos cascos. E passamos oito anos em uma situação bastante difícil, como todo mundo sabe”, diz José Antunes Sobrinho, da Ecovix. Segundo ele, o estaleiro deve retomar os postos de trabalho para os níveis pré-2016 de forma gradual. “Potencialmente, em Rio Grande, nós temos cerca de 5 mil empregos sem estressar. Boa parte daqui ou relacionada com a região”, disse José Antunes.
