A inflação do mês de fevereiro deve ser maior do que a de janeiro, mesmo com a comida subindo menos do que no mês passado. Isso é o que indica a Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do Brasil.
O IPCA-15 de fevereiro ficou em 1,23%, 1,12 ponto percentual acima da taxa registrada em janeiro de 2025 (0,11%). O índice foi divulgado nesta terça-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o órgão, o IPCA-15 de fevereiro é o maior já registrado desde abril de 2022, quando a prévia da inflação ficou em 1,73%. Para um mês de fevereiro, o índice é o maior desde 2016.
Neste mês, impactaram nos preços a alta da conta de luz, já que não houve o desconto do chamado bônus de Itaipu; a alta da tarifa do transporte público, que subiu nas capitais; e o aumento das mensalidades escolares com o início do ano letivo de 2025.
Só a conta de luz subiu 16,33% de meados de janeiro para meados de fevereiro. No mês passado, ela havia sido pontualmente mais baixa por conta do bônus de Itaipu, desconto concedido nas contas por conta dos resultados operacionais da usina. A alta da luz elevou os preços do grupo de itens de habitação, que subiu 4,34%, sendo responsável por 0,54 ponto dos 1,23% do IPCA-15.
Os itens de educação subiram 4,78%, com peso de 0,29 ponto no IPCA-15. A alta foi causada pelo aumento de 5,69% dos cursos regulares em escolas particulares: ensino fundamental (alta de 7,50%), do ensino médio (7,26%) e do ensino superior (4,08%).
No grupo dos transportes, com alta de 0,44%, houve impacto do aumento dos combustíveis e dos reajustes das tarifas do transporte público urbano em Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Salvador.
No grupo alimentação e bebidas, a alta foi de 0,61%. No mês passado, havia sido 1,06%.
A alimentação no domicílio aumentou 0,63% em fevereiro, abaixo dos 1,1% registrados em janeiro. Os maiores aumentos foram da cenoura (17,62%) e do café moído (11,63%). Por outro lado, caíram a batata-inglesa (-8,17%), o arroz (-1,49%) e as frutas (-1,18%).
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 15 de janeiro a 12 de fevereiro e comparados com aqueles vigentes de 13 de dezembro de 2024 a 14 de janeiro.