Após reunião com o Sindicato dos Professores e Funcionários de Escola do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato) e a Secretaria de Obras Públicas do Rio Grande do Sul, a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) afirmou, na manhã desta terça-feira (25), que as aulas na rede estadual estão mantidas, apesar da onda de calor. Na última sexta-feira (21), o sindicato enviou uma carta à secretaria pedindo a suspensão das aulas durante esta semana.
O anúncio da manutenção das aulas foi feito em coletiva de imprensa, após o encontro das instituições. Na coletiva, as secretárias da Educação e de Obras Públicas, Raquel Teixeira e Izabel Matte, respectivamente, pontuaram que medidas preventivas foram tomadas para enfrentar a onda de calor e assegurar o bem-estar dos estudantes, professores e profissionais da educação e que, portanto, não haverá paralisação.
“Temos consciência da diversidade da nossa rede, com algumas escolas que estão muito bem e completamente preparadas, outras mais precárias, uma minoria”, afirmou a secretária de Educação, Raquel Teixeira. De acordo com ela, suspender as aulas nunca deve ser a primeira alternativa.

Segundo a secretária, deve haver esforço para manter a criança na escola. “Inclusive, porque para muitos dos nossos estudantes a alimentação na escola é essencial. Temos recomendado alimentação com saladas, frutas e verduras. A hidratação é fundamental. A convivência escolar também, inclusive discutindo os impactos da questão climáticas, os impactos dela e quais medidas tomar na escola.”
Raquel salientou que, em casos excepcionais relacionados ao calor, as escolas devem informar às Coordenadorias Regionais de Educação (CRE) para avaliação e possíveis decisões em comum acordo. Segundo informou a pasta, desde o dia 21 de fevereiro, quando os alertas começaram a ser emitidos pela Defesa Civil Estadual, a Seduc tem reforçado uma série de orientações às CREs.
O documento prevê, entre outras ações: possibilidade de ajustes nos horários de entrada e saída; suspensão de atividades físicas durante picos de calor; ampliação da hidratação; adaptação do cardápio da merenda escolar; e reorganização de atividades ao ar livre, priorizando ambientes cobertos e ventilados. Confira neste link a orientação completa emitida pela pasta.
Sindicato seguirá mobilizado por melhorias nas escolas
Durante a reunião, o Cpers-Sindicato cobrou o governo do estado medidas concretas de enfrentamento à crise climática. O sindicato exigiu a criação de protocolos para situações de temperaturas extremas, inclusive com a possibilidade de suspensão das aulas, e um plano de recuperação urgente da infraestrutura escolar, garantindo condições adequadas para estudantes, professores e funcionários.
“Mesmo diante dos riscos à saúde da comunidade escolar, a Seduc se recusou a suspender as aulas presenciais e segue sem apresentar alternativas viáveis para o problema. Diante dessa intransigência, o Cpers exigiu que, no mínimo, se respeite a autonomia das escolas que não tiverem condições de manter as atividades presenciais. Além disso, cobramos que a secretaria reconheça a necessidade de alternativas como ensino remoto ou atividades impressas para garantir o direito à educação sem expor ninguém ao calor extremo”, ressaltou o sindicato.
Conforme a presidente do Cpers, Rosane Zan, não se faz o ensino e aprendizagem em um ambiente insalubre. “Um dos pontos que colocamos é que exista um protocolo, por parte do governo, que atenda as mais diferentes situações do estado do RS, que são diferenciadas em vários pontos até da questão do calor extremos. Que as escolas juntamente com as coordenadorias realmente tenham, principalmente os diretores das escolas, que tenham autonomia, no momento de extremo, possam estar suspendendo as aulas.”
Rosane afirmou que o sindicato continuará cobrando da secretária de Educação a questão das estruturas adequadas nas escolas.
*Com informações da Assessoria de Comunicação da Seduc e Sul 21.
