A Campanha Levante Feminista Contra o Feminicídio, Lesbocídio e Transfeminicídio publicou, nesta quarta-feira (27), uma nota em defesa da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e denunciando “uma onda de desqualificação das mulheres que hoje ocupam espaços de primeiro escalão no governo Lula”.
“A presença de mulheres no governo brasileiro é fundamental para garantir que as políticas públicas sejam criadas e implementadas de forma que atendam às necessidades específicas das mulheres brasileiras”, afirma a nota, publicada um dia após a demissão de Nísia Trindade, que ocupava o posto de ministra da Saúde. A pasta passará a ser chefiada por Alexandre Padilha (PT).
A troca faz parte da reforma ministerial que vem sendo desenhada por Lula nas últimas semanas. Em janeiro, o governo anunciou mudanças na Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), com a saída do deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), substituído pelo publicitário Sidônio Palmeira.
Em recentes especulações, a imprensa comercial aventou a substituição de Gonçalves pela senadora pernambucana Teresa Leitão (PT). Segundo as especulações, a estratégia consistia em abrir espaço no Senado para o partido Republicanos, que tem a suplência de Leitão.
A saída de Gonçalves é o tema central da nota assinada pelo Levante, que ressalta a permanência da ministra no ministério da Mulher no ano em que está prevista a Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres como fundamental “para que possamos continuar a trabalhar pela igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres no Brasil”.
Em setembro 2023, a medalhista olímpica Ana Moser foi demitida do Ministério do Esporte. A pasta passou a ser chefiada pelo então deputado federal André Fufuca (PP-MA). Na época, a mudança foi criticada por atletas, ex-atletas e outras pessoas que vivenciam o dia a dia do esporte no país.
“Não há justificativa para que as mulheres sejam aquelas postas na bandeja diante das pressões de setores conservadores que almejam espaços”, aponta a nota da organização.
A Campanha Levante Feminista Contra o Feminicídio, Lesbocídio e Transfeminicídio é uma organização política com representantes em 20 estados brasileiros.