A troca de prisioneiros entre Israel e o Hamas na manhã desta quinta-feira (27) encerrou a primeira fase da trégua entre as duas partes que teve início no dia 19 de janeiro, após 15 meses de guerra e mais de 47 mil mortes de palestinos na Faixa de Gaza – que mais de 50 países denunciam como genocídio de Israel contra a população palestina.
Israel libertou 643 detentos palestinos de várias prisões do país sob os termos do acordo de trégua, depois que o Hamas entregou os corpos de quatro israelenses capturados no ataque de 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra em Gaza.
Entre os prisioneiros palestinos libertados estava Nael Barghouti. Ele passou 45 anos atrás das grades, 34 deles consecutivos, de acordo com o Palestinian Prisoners Club, uma organização de defesa dos detidos.
Ele chegou ao Egito nesta quinta, depois de ter sido expulso dos territórios palestinos após sua libertação. Barghouti foi preso pela primeira vez em 1978 e condenado à prisão perpétua pelo assassinato de um oficial de Israel e por ataques a locais israelenses. Na época, ele era membro do Fatah, o movimento do atual presidente palestino, Mahmud Abbas, com sede em Ramallah, na Cisjordânia, e rival do Hamas, que governa Gaza desde 2007.
Libertado pela primeira vez em 2011 como parte de uma troca de prisioneiros palestinos por um soldado israelense capturado pelo Hamas, Nael Barghouti foi colocado em prisão domiciliar em Kubar, na Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967. Em 2014, ele foi preso novamente e desertou do Fatah para se juntar ao Hamas durante sua detenção.
A primeira fase do acordo de trégua deve expirar no sábado (29) e permitiu o retorno a Israel de 33 prisioneiros, incluindo oito mortos, e a libertação, de acordo com o Hamas, de cerca de 1,7 mil prisioneiros palestinos, de um total planejado de 1,9 mil.
As negociações para uma nova fase da trégua começaram no Cairo (Egito) nesta quinta-feira, com a participação de representantes dos EUA e do Catar. Os pontos em discussão incluem o retorno de mais prisioneiros – vivos ou mortos – sob o poder palestino e a retirada das tropas israelense da Faixa de Gaza.
*Com AFP