A Rússia disse nesta terça-feira (4) que a suspensão da ajuda militar dos Estados Unidos à Ucrânia seria a melhor contribuição para a paz, mas alertou que precisa esclarecer os detalhes da ação do Donald Trump. “Se isso for verdade, então esta é uma decisão que pode realmente encorajar o regime de Kiev ao processo de paz”, disse o porta-voz do Kremlim, Dmitry Peskov à imprensa.
“É óbvio que os Estados Unidos têm sido o principal fornecedor desta guerra até agora. Se os EUA deixarem de ser, ou suspenderem esses suprimentos, provavelmente será a melhor contribuição para a causa da paz”, afirmou.
A pausa no apoio militar à Ucrânia teria sido anunciada por oficiais da Casa Branca na segunda-feira (3), segundo o jornal Washington Post . Outros veículos internacionais também confirmaram a informação.
O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, disse nesta terça-feira (4) que o congelamento da ajuda militar dos EUA a Kiev era visível no centro logístico do país que transfere armas e ajuda humanitária para a vizinha Ucrânia.
“Não temos motivos para acreditar que sejam apenas palavras”, disse Tusk aos repórteres, comentando a decisão de suspender a ajuda que normalmente era transferida por meio da Polônia, membro da União Europeia (UE) e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Tusk acrescentou que “os relatórios que chegam da fronteira, bem como do nosso centro (logístico), também confirmam os anúncios feitos pelo lado americano”, sem entrar em detalhes.
A suspensão da ajuda militar a Kiev acontece dias após o confronto público no Salão Oval da Casa Branca entre o o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e Trump, apoiado pelo vice-presidente JD Vance.
Zelensky, que ainda não havia comentado publicamente sobre a suspensão da ajuda, foi a Washington para assinar o acordo que dá aos Estados Unidos acesso preferencial aos minerais e recursos naturais da Ucrânia antes que ele fosse descartado após a discussão de sexta-feira (28).
“A Ucrânia está absolutamente determinada a continuar a cooperação com os EUA”, disse o primeiro-ministro Denys Shmygal em uma coletiva de imprensa nesta terça-feira (4), em Kiev.
A Ucrânia disse que estava em conversações com a Europa para preencher a lacuna do apoio militar, enquanto negocia com Trump sobre a suspensão de armas. “Estamos discutindo opções com nossos parceiros europeus e, é claro, não estamos negligenciando a possibilidade de negociações com nossos colegas americanos”, disse o conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak no X.
*Com AFP e Washington Post