O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Mike Waltz, declarou nesta quarta-feira (5) que representantes de Washington e Kiev estão discutindo a data, o local e os participantes das negociações para buscar um fim à guerra da Ucrânia.
Segundo ele, foi dado um “passo positivo em frente” durante os dias de “ontem e hoje”. Durante uma entrevista à emissora Fox News, Waltz não especificou quem liderou especificamente essas negociações.
Já do lado ucraniano, o assessor presidencial, Dmitry Litvin, declarou que o chefe do gabinete do presidente, Andriy Yermak, teve uma conversa telefônica com Waltz. No entanto, o funcionário de Kiev também não entrou em mais detalhes sobre as conversas.
Waltz ainda disse que o presidente dos EUA, Donald Trump, consideraria retomar a ajuda militar à Ucrânia se um acordo de paz fosse negociado e medidas de construção de confiança fossem tomadas.
Na última terça-feira (4), Trump, durante uma fala ao Congresso, disse que havia recebido uma “carta importante” do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na qual ele teria dito que Kiev está pronta para “sentar-se à mesa de negociações o mais rápido possível para aproximar uma paz duradoura”. O presidente estadunidense acrescentou que “ao mesmo tempo, tivemos conversas sérias com a Rússia e recebemos fortes sinais de que eles estão prontos para a paz”.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, por sua vez, afirmou nesta quarta-feira (5) que a Rússia, em geral, vê de forma positiva a informação de que Zelensky expressou sua disposição em negociar um acordo pacífico em uma carta ao presidente dos EUA. O porta-voz, no entanto, lembrou que existe uma proibição de negociações com Moscou por parte da Ucrânia.
“Por enquanto, a proibição legal do presidente ucraniano manter negociações com o lado russo continua em vigor. Portanto, em geral, a abordagem é positiva, mas as nuances ainda não mudaram”, disse Dmitry Peskov.
EUA suspendem cooperação de inteligência com a Ucrânia
Nesta quarta-feira, o diretor da CIA, John Ratcliffe, informou que Trump ordenou a suspensão da cooperação de inteligência com a Ucrânia.
“Acredito que esse hiato na área de cooperação militar e de inteligência acabará. Acredito que trabalharemos lado a lado com a Ucrânia e juntos poderemos repelir a agressão, mas também precisamos tornar o mundo um lugar melhor e progredir nas negociações de paz”, disse Ratcliffe.
A interrupção do compartilhamento de inteligência ocorreu após a notícia veiculada na última terça-feira (4) sobre a decisão de Trump de interromper a ajuda militar à Ucrânia.