Internado há 20 dias por causa de uma uma pneumonia bilateral, o papa Francisco celebrou o início da quaresma no Hospital Gemelli, nesta quarta-feira (5), sem novos episódios de crise respiratória, segundo o Vaticano.
O pontífice, de 88 anos, participou do rito da bênção das cinzas, que inicia o período de 40 dias antes da Páscoa, celebração mais importante do calendário católico.
No entanto, ele não esteve presente na tradicional missa da Imposição de Cinzas, na basílica de Santa Sabina, na colina do Aventino, em Roma. O papa continua recebendo oxigênio de alto fluxo.
Francisco também não poderá participar dos tradicionais “exercícios espirituais”, um retiro que ocorre todos os anos no início da Quaresma com a Cúria e a administração da Santa Sé.
“Nos sentimos profundamente unidos a ele neste momento e lhe agradecemos a oferta de suas orações e sofrimentos pelo bem de toda a Igreja e do mundo inteiro”, declarou o cardeal italiano Angelo De Donaris, que leu a homilia escrita por Francisco.
Ainda de acordo com o Vaticano, o pontífice “alternou repouso e trabalho” nesta terça-feira e ligou para a paróquia de Gaza, como faz habitualmente desde o início do conflito entre Israel e Hamas.
Na homilia, Francisco escreveu: “Tocamos a fragilidade na experiência da doença, da pobreza e do sofrimento que, às vezes, irrompe de forma repentina sobre nós e sobre nossas famílias.”
Ele segue sem fazer aparições públicas desde que foi hospitalizado, em 14 de fevereiro. Nos últimos três domingo, o papa não esteve presente na oração semanal do Angelus, o que nunca havia acontecido.
Na segunda-feira (3), Francisco sofreu dois episódios de insuficiência respiratória aguda, que evidenciaram a fragilidade de seu estado de saúde. A equipe médica ainda não se pronunciou sobre quanto tempo ele continuará internado.
Religiosos e fiéis continuam se reunindo em frente ao hospital com flores e velas. Segundo o cardeal venezuelano e número 3 do Vaticano, Edgar Peña Parra, que visitou Francisco no domingo, ele “carrega em seu corpo os sinais da fragilidade e da doença, como qualquer ser humano”.
A internação, a quarta desde 2021, provoca grande preocupação devido aos problemas que afetaram a saúde do papa nos últimos anos: operações no cólon e no abdome, além de dificuldades para caminhar.
Também provocou a retomada dos questionamentos no Vaticano sobre a capacidade de Francisco desempenhar as funções papais. O pontífice descartou recentemente a ideia de renunciar.
*Com informações da AFP