O presidente dos EUA, Donald Trump, incluiu o Brasil numa lista de países que, segundo ele, praticam “tarifas injustas” ao fazer negócios com seu país. Em discurso no Capitólio, sede do Poder Legislativo estadunidense, nesta terça-feira (4), Trump prometeu “igualar” toda a taxação de produtos vindos dos EUA praticada pelos países citados por ele.
“No dia 2 de abril, as tarifas recíprocas entram em vigor”, anunciou Trump. “Se os outros países nos taxam, só também vamos taxá-los. Se vale para um lado, vale para o outro.”
Trump falou ao Congresso dos EUA pela primeira vez desde que tomou posse como presidente. Citou diversos tema, como o fim de políticas públicas para inclusão de negros e mulheres no serviço público. Também falou de comércio exterior.
Neste ponto, especificamente, citou o Brasil. Para Trump, o Estado brasileiro pratica tarifas injustas contra empresas dos EUA.
“China, Brasil, Índia, México e Canadá nos cobram tarifas muito altas, muito mais altas do que cobramos deles, o que é muito injusto”, disse.
Ele não falou qual tarifa brasileira seria injusta. Reclamou das taxas sobre automóveis cobrados da Índia, das taxas da China e da Coreia do Sul. Segundo Trump, a política de reciprocidade resolveria a questão.
Guerra comercial
Desde que voltou à Casa Branca, Trump já anunciou diversas medidas relacionadas ao comércio exterior. Em fevereiro, por exemplo, ele assinou um decreto impondo taxas para a importação de aço por empresas dos EUA. A medida, em tese, afeta o Brasil.
Além disso, ele já elevou tarifas para o comércio bilateral com o Canadá e México. Também anunciou medidas protecionistas contra a China.
Canadá, México e China já anunciaram retaliações. Na terça-feira (4), o governo chinês anunciou a suspensão de importação de soja dos EUA.